Bispo negacionista deixa Argentina

Richard Williamson, o bispo católico que causou polémica ao negar o Holocausto, abandonou esta terça-feira a Argentina rumo a Londres, noticiam os sites internacionais.

Fontes do gabinete argentino das migrações e do aeroporto de Buenos Aires confirmam que o prelado, de nacionalidade britânica, deixou o país num voo da «British Airways».

Williamson tinha sido intimado pelo governo argentino a deixar o país, onde vivia desde 2003, num prazo de 10 dias, sob pena de ser expulso.

Na origem da intimação estão declarações polémicas proferidas pelo bispo. Richard Williamson defende que não morreram mais de 300 mil judeus nos campos de concentração nazi, em vez dos seis milhões que a História aponta.

«Creio que nunca houve câmaras de gás (¿). Penso que 200 mil a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nem um só nas câmaras de gás», declarou Richard Williamson a uma estação de televisão sueca.

Esta declaração despertou a ira da comunidade judia em todo o Mundo e, na Argentina, o bispo foi mesmo denunciado perante a Justiça por apologia de crime.

Para o governo de Buenos Aires, as afirmações de Williamson, de 68 anos, «ferem profundamente a sociedade argentina, o povo judeu e a Humanidade inteira».

Daí ter considerado que o prelado, que até agora dirigia um seminário da Fraternidade Intregrista Pio X nos arredores de Buenos Aires, é persona non grata no país.