O ataque suscitou uma vaga de condenação e de manifestações de solidariedade a nível mundial.
E pelo segundo dia consecutivo, os parisienses voltaram a concentrar-se na Praça da República para manifestar a sua indignação, esta quinta-feira.
Desta vez, o trânsito não foi cortado e, apesar de estar programada uma marcha na capital francesa no próximo domingo, centenas de pessoas estiveram junto à monumental estátua que simboliza a República Francesa.
Em 24 horas, a Praça da República, em pleno centro de Paris e perto do local do ataque, transformou-se na «Praça Charlie» e no «símbolo da luta pela liberdade de expressão», disse à Lusa Zoé Tavares, estagiária numa creche e que passou o dia a explicar às crianças o ataque contra o jornal.
«Somos todos Charlie porque é algo que diz respeito a toda a gente já que a liberdade de expressão é para todos. Fiquei muito chocada com este ato de uma barbárie extrema», explica a francesa, filha de pais portugueses.
À volta da estátua, há centenas de velas, mensagens, flores e cartazes como os que repetem a frase de um dos cartoonistas assassinados, Charb, - «Não tenho medo de represálias. Não tenho filhos, não tenho mulher, não tenho carro, não tenho créditos. Talvez seja um pouco pomposo, mas prefiro ficar de pé do que prostrar-me».
O atentado ao jornal satírico está a chocar a França e o mundo.
Na manhã de quarta-feira, três homens vestidos de preto, encapuzados e armados, atacaram a sede do «Charlie Hebdo», no centro de Paris, provocando 12 mortos (10 vítimas mortais entre jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos, quatro dos quais em estado grave.
Os suspeitos foram, entretanto, localizados pelas autoridades francesas em Crépy-en-Valois, esta quinta-feira, onde está a decorrer uma mega operação policial.
Segundo o ministro do Interior francês, na investigação a este caso já foram detidas nove pessoas, que estão sob custódia policial.