Israel expulsa representante da Human Rigths Watch no país - TVI

Israel expulsa representante da Human Rigths Watch no país

  • CE
  • 25 nov 2019, 13:04
Bandeira de Israel

Omar Shakir foi a primeira pessoa a ser expulsa do território israelita devido a medidas contra uma campanha de boicote ao país

O diretor da organização Human Rights Watch para Israel e os Territórios Palestinianos, Omar Shakir, tornou-se esta segunda-feira a primeira pessoa a ser expulsa do território israelita devido a medidas contra uma campanha de boicote ao país.

Desde 2017, Israel proíbe a entrada no país de estrangeiros acusados de apoiarem a campanha Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS) contra o país, mas, segundo o Ministério dos Assuntos Estratégicos israelita, o cidadão norte-americano Omar Shakir é o primeiro a ser expulso devido à medida.

Israel recusou renovar o seu visto no final de 2018, acusando-o de apoiar o BDS, o que Shakir nega. Após uma série de recursos, no início de novembro o Supremo Tribunal israelita ratificou a decisão de expulsão.

Israel junta-se hoje a países como a Venezuela, Irão e Egito, impedindo investigadores da Human Rights Watch (HRW), mas não conseguirá esconder os seus abusos dos direitos humanos”, assinalou num comunicado Kenneth Roth, diretor executivo da organização, que acompanhará Sahkir na sua saída do país.

 

Não me lembro de uma outra democracia que tenha bloqueado o acesso a um investigador da Human Rights Watch”, lamentou Roth em declarações à agência France-Presse, adiantando que “isto demonstra o caráter cada vez mais limitado da democracia israelita”.

No comunicado da organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova Iorque, o seu diretor executivo apela a uma maior atenção da comunidade internacional para a questão, considerando que “um governo que expulsa um dos principais investigadores de direitos humanos provavelmente não interromperá a sua opressão sistemática dos palestinianos sob ocupação sem uma muito maior pressão internacional”.

A União Europeia declarou-se contra a decisão israelita e a ONU alertou em maio para a “redução do espaço de ação dos defensores dos direitos humanos” em Israel.

Os Estados Unidos exprimiram a sua “forte oposição à campanha BDS”, afirmando, no entanto, defenderem a liberdade de expressão.

O movimento BDS apela ao boicote económico, cultural ou científico de Israel para conseguir o fim da ocupação e da colonização dos territórios palestinianos, considerando muitos dos seus apoiantes que o boicote da África do Sul permitiu acabar com o regime de apartheid.

Israel acusa o BDS de antissemitismo.

Nem a HRW nem eu enquanto seu representante jamais apelámos ao boicote de Israel”, afirmou Omar Shakir.

Nos 30 anos de trabalho da HRW em Israel esta é a primeira vez que um funcionário é expulso, nota a organização no comunicado, afirmando que continuará a “documentar os abusos” apesar da expulsão determinada pelo governo israelita.

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