Refugiados dirigem-se para a Croácia para evitar bloqueio húngaro - TVI

Refugiados dirigem-se para a Croácia para evitar bloqueio húngaro

Desde terça-feira que o cruzamento da fronteira constitui um crime na Hungria, que pode ser punido até cinco anos de prisão

O primeiro autocarro com refugiados dirigiu-se esta quarta-feira para a fronteira da Sérvia com a Croácia, na esperança de contornar o muro com arame farpado erguido pela Hungria.

Espera-se que os migrantes cheguem à cidade fronteiriça de Sid durante a madrugada de hoje, após uma viagem noturna, a partir da fronteira da Macedónia, 500 quilómetros a sul, de acordo com a imprensa local.

Centenas de pessoas ficaram detidas na vedação erguida pela Hungria ao longo da sua fronteira com a Sérvia, numa tentativa de deter o fluxo migratório através das Balcãs.

As autoridades húngaras intercetaram, na terça-feira, 367 refugiados que cruzaram a fronteira com a Sérvia, no primeiro dia após o seu encerramento, segundo informou a polícia local.

Desde terça-feira que o cruzamento da fronteira constitui um crime na Hungria, que pode ser penalizado até três anos de prisão – se alguém atravessar a fronteira armado ou se danificar a vedação, enfrenta uma pena até cinco anos.

Os julgamentos dos refugiados detidos vão ter início dentro de poucos dias na cidade de Szeged, no sul do país – segundo juristas ouvidos pela Efe, as sentenças vão determinar penas condicionais e os refugiados serão expulsos para a Sérvia.

A crise de refugiados, que diariamente tentam alcançar o continente europeu, tem afetado particularmente a Hungria, que declarou, esta terça-feira, o estado de crise. Isto depois de na segunda-feira o país ter assistido à entrada de um número recorde de refugiados, 9.380. 

Os ministros do Interior da União Europeia estiveram esta segunda-feira reunidos em Bruxelas, mas não alcançaram  nenhum acordo.  

Entretanto, a Alemanha e a Áustria pediram ao presidente do Conselho Europeu a realização de uma  cimeira extraordinária sobre esta matéria. Merkel apelou ao "espírito europeu", mas recusou ameaçar os países que estão contra as quotas obrigatórias, como tinha feito o seu  ministro do Interior, horas antes.  
 
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