Brasil: IURD «desviou» 172,2 milhões para Portugal e EUA - TVI

Brasil: IURD «desviou» 172,2 milhões para Portugal e EUA

Dólares

Denúncia de remessas ilegais é feita por sócios de uma casa de câmbio que aceitaram colaborar com o MP no Brasil e a Promotoria de Nova Iorque ao abrigo da chamada «delação premiada»

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A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) terá desviado para fora do Brasil, incluindo para Portugal, cerca de 400 milhões de reais (172,2 milhões de euros). A acusação, feita pelos sócios de uma casa de câmbio, faz manchete esta quarta-feira na imprensa brasileira.

O jornal «O Estado de São Paulo» noticia que a IURD é acusada de ter enviado para o exterior cerca de 5 milhões de reais (2,153 milhões de euros) por mês entre 1995 e 2001 em remessas supostamente ilegais (que somam o montante de 400 milhões de reais). Essas remessas foram enviadas para Portugal e para os Estados Unidos através da casa de câmbio Diskline.

E a acusação é feita precisamente pelos sócios daquela casa de câmbio, Cristina Marini e Marcelo Birmarcker. Os dois aceitaram colaborar com as investigações do Ministério Público no Brasil e da Promotoria de Nova Iorque, nos Estados Unidos, ao abrigo da chamada «delação premiada». Ou seja, os dois suspeitos terão benefícios em caso de condenação.

Cristina Marini, sócia da Diskline, depôs na terça-feira perante o Ministério Público Estadual de São Paulo e confirmou o que já tinha dito à Justiça Federal brasileira e à Promotoria da cidade de Nova Iorque. O advogado Antônio Pitombo, que defende a IURD e dirigentes, nega as acusações.

Os dois sócios resolveram colaborar depois de a Justiça norte-americana ter decidido investigar a actividade deles nos Estados Unidos com base no pedido de cooperação internacional feito em Novembro de 2009 pelas autoridades brasileiras. Em Nova Iorque, ambos são investigados por suspeita de fraude e de desvio de recursos da IURD em território norte-americano.

Cristina Marini afirmou aos promotores paulistas que começou a enviar dinheiro da IURD para o estrangeiro em 1991 e que as operações se intensificaram entre 1995 e 2001.

A sócia da Diskline contou que recebia pessoalmente o dinheiro em espécie. A mesma testemunha revelou que algumas vezes foi buscar o dinheiro a subterrâneos de templos no Rio de Janeiro.

Cristina Marini disse ainda no depoimento aos promotores paulistas que depositou o dinheiro nos Estados Unidos e em Portugal.
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