Representantes da Conferência Episcopal de França estão a ser ouvidos pelo grupo de trabalho do parlamento francês que está a elaborar um relatório para combater a pedofilia em todas as instituições do país.
As conclusões do grupo devem ser apresentadas em abril, com recomendações sobre como erradicar o abuso sexual.
Mas, a sua autoridade fica aquém de uma comissão parlamentar mais poderosa para a pedofilia especificamente na Igreja, que foi anunciada e depois descartada no outono passado.
O relatório está a ser realizado enquanto decorre o julgamento do cardeal Philippe Barbarin, que é acusado de proteger um padre pedófilo e cuja sentença deverá ser conhecida em março.
Bernard Preynat confessou ter abusado de escoteiros nos anos 1980 e 1990, e as suas vítimas dizem que a hierarquia da igreja - incluindo Barbarin – encobriu durante anos, permitindo que o padre trabalhasse com crianças até se reformar em 2015.
Mas, no momento em que o caso chegou a julgamento em janeiro, o prazo de prescrição expirou em algumas acusações o que levou o Ministério Público a argumentar contra a condenação do cardeal.
Barbarin mostrou-se aliviado por algumas acusações não poderem ser julgadas.
A Austrália realizou uma investigação mais abrangente do que a França sobre abusos na Igreja Católica noutras instituições, tendo recebido mais de 4.500 queixas por alegados abusos cometidos por mais de 1.800 membros da instituição, entre 1980 e 2015.
O anúncio do relatório francês acontece no momento em que o papa Francisco convocou uma cimeira dos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo para tentar desenvolver uma resposta universal ao problema.
Essa reunião está marcada para 21 a 24 de fevereiro no Vaticano e foi feita uma recomendação às conferências episcopais para que procurem saber o ponto da situação do problema nos respetivos países.
Esta terça-feira os bispos da Catalunha pediram perdão pelos abusos a menores cometidos por religiosos e comprometeram-se a esclarecer todos os factos do passado para eliminar qualquer tipo de tolerância ou ocultação e ajudar as vítimas na sua recuperação.
Na segunda-feira, o líder da Conferência Episcopal Mexicana disse que 152 padres católicos romanos foram retirados do ministério nos últimos nove anos por abuso sexual contra "jovens ou adultos vulneráveis".