Donald Trump pede para barrar "entrada a muçulmanos nos EUA" - TVI

Donald Trump pede para barrar "entrada a muçulmanos nos EUA"

Candidato republicano acredita que os turistas e imigrantes devem ser submetidos a um teste religioso antes de entrarem no país

Depois de ter dito em entrevista, na semana passada, que os EUA se deveriam “livrar” das famílias dos terroristas, Donald Trump pediu, esta segunda-feira, para que seja impedida a entrada de muçulmanos no país.
 

“Donald J. Trump está a pedir para fechar total e completamente a entrada de muçulmanos nos EUA, até que os representantes do nosso país consigam perceber o que se está a passar”, disse o candidato, em comunicado.


As declarações controversas vêm na sequência do tiroteio na Califórnia, que vitimou 14 pessoas, e que teve ligações ao Estado Islâmico, e após as declarações de Barack Obama, que apelou para que os norte-americanos “não se voltem uns contra os outros”, depois do massacre.

Mas Donald Trump não acredita apenas numa luta interna contra os norte-americanos muçulmanos ou os imigrantes desta religião. O candidato republicano está convencido que mesmo os turistas devem ser vigiados.

De acordo com a CNN, as últimas declarações do multimilionário estão a fazer com que os seus oponentes dentro do partido Republicano debatam a possibilidade de implementar um teste religioso para entrar no país.

Donald Trump já tinha dito, depois dos atentados em Paris, que os refugiados não eram bem-vindos e que estava na altura de “monitorizar e a estudar mesquitas”, nos EUA. As medidas que pretende que sejam agora aplicadas vêm na sequência da sua campanha antimuçulmanos e anti-imigração, cujos crimes são proporcionados pelo ódio.
 

“É óbvio para toda a gente que o ódio vai muito para além do compreensível. Porque existe este ódio e de onde vem temos de ser nós a determinar. Até que consigamos perceber este problema e o perigo que representa, o nosso país não pode ser vítima destes ataques horrendos, perpetrados pelas pessoas que acreditam só na Jihad e que não têm qualquer racionalidade e respeito pela vida humana”.


Numa entrevista à FOX News
, esta segunda-feira, o líder republicano acrescentou ainda que tem “amigos muçulmanos, que são pessoas maravilhosas, mas há uma secção de muçulmanos que vivem no país que têm uma animosidade tremenda" e que é preciso "ser vigilante".

A proposta já foi condenada, entretanto, pela administração do presidente norte-americano. Ben Rhodes, conselheiro na Casa Branca, afirmou que esta era contrária aos valores dos EUA e um atentado contra a liberdade religiosa.
 

“É contrária à nossa segurança. O EI quer com que esta guerra pareça entre os EUA e o Islão e se parecer que estamos a aplicar testes religiosos para entrar neste país, estamos a enviar a mensagem que, essencialmente, estamos a abraçar essa conjuntura. Isto vai tornar difícil manter uma relação com as comunidades muçulmanas norte-americanas e no resto do mundo, e evitar a radicalização, na qual nos devíamos estar a focar”


A Casa Branca disse ainda que as declarações de Donald Trump sobre os muçulmanos "desqualificam-no" como candidato à presidência norte-americana.

"O que Donald Trump disse desqualifica-o para ser presidente", afirmou Josh Earnest, porta-voz de Barack Obama, evocando que as declarações são "moralmente repreensíveis" e que terão "consequências" para a segurança nacional norte-americana.

O porta-voz de Obama desafiou os Republicanos a denunciar o seu pré-candidato, lembrando que um presidente dos Estados Unidos é também o comandante supremo das Forças Armadas.

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