As entradas na Grécia de imigrantes e refugiados aumentaram 750%, entre 1 de janeiro e 31 de julho, em relação ao mesmo período de 2014. Só em julho, desembarcaram 50 mil imigrantes, mais 20 mil do que em junho, adianta o ACNUR, citado pelo jornal El País.
“Trabalho há 30 anos no ACNUR e nunca vi uma situação como esta… Isto é a União Europeia e é completamente vergonhoso”, disse Vincent Cochetel, responsável pela secção Europeia do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Vincent Cochetel alerta que, na Grécia, os refugiados e os imigrantes vivem ao relento e dependem de voluntariado para comer.
Esta sexta-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, admitiu que Atenas não tem infraestruturas suficientes para acolher os milhares de sírios e afegãos que chegam à Grécia. “É tempo de ver se a União Europeia é a União Europeia da solidariedade ou aquela em que todos tratam simplesmente de assegurar as suas fronteiras”, disse Tsipras, citado pela Reuters.
O responsável das Nações Unidas reconhece que a Grécia está a atravessar graves problemas, por causa das negociações com Bruxelas, mas pede a Atenas que disponibilize pelo menos espaços onde as organizações humanitárias possam distribuir ajuda.