É oficial: os democratas vão avançar com um pedido de destituição do presidente Donald Trump. O anúncio foi feito esta terça-feira por Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Representantes, depois de o Washington Post e o The New York Times terem dado como certo o pedido nas últimas horas. O plano dos Democratas para o "impeachment", medida considerada extraordinária, poderá obrigar Donald Trump a abandonar a Casa Branca.
O presidente tem de ser responsabilizado", disse Pelosi. "Ninguém está acima da lei".
A presidente da Câmara dos Representantes disse que as ações de Trump representam "uma traição da segurança nacional" e da integridade das eleições. "Por isso, hoje anuncio que a Câmara dos Representantes vai avançar com um processo oficial de destituição".
Pelosi, que tinha recusado a ideia de avançar com o "impeachment" por considerar que seria demasiado divisivo para o país, terá mudado de ideias após consultar os aliados, nomeadamente na sequência das informações que dão conta de que o presidente Trump terá pressionado um chefe de Estado estrangeiro para investigar o antigo vice-presidente Joe Biden, que está na corrida democrata para as eleições presidenciais de 2020.
O presidente está a tornar a ilegalidade uma qualidade no nosso país", disse Pelosi na tarde desta terça-feira, durante um evento organizado pela The Atlantic. "Nós não pedimos a governos estrangeiros que nos ajudem nas nossas eleições. Foi o que tentámos parar com a Rússia. Está errado".
No Twitter, Trump reagiu entretanto, dizendo que os democratas tinham de "arruinar" um dia de progressos na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Such an important day at the United Nations, so much work and so much success, and the Democrats purposely had to ruin and demean it with more breaking news Witch Hunt garbage. So bad for our Country!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 24 de setembro de 2019
Trump autorizou entretanto a divulgação da transcrição de uma conversa telefónica que teve com o presidente da Ucrânia, em que terá mencionado a investigação a Biden e ao filho do candidato democrata.
I am currently at the United Nations representing our Country, but have authorized the release tomorrow of the complete, fully declassified and unredacted transcript of my phone conversation with President Zelensky of Ukraine....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 24 de setembro de 2019
Estou atualmente nas Nações Unidas a representar o nosso país, mas autorizei a divulgação amanhã da transcrição completa da minha conversa telefónica com o presidente Zelensky da Ucrânia", publicou no Twitter, acrescentando que o telefonema foi "apropriado" e que está a ser vítima, mais uma vez, de uma caça às bruxas.