Dezenas de jornais e de publicações estrangeiras estão legalmente à venda na Líbia esta semana, depois de mais de 25 anos de proibição, anunciou segunda-feira a sociedade Al-Ghad encarregada da distribuição, refere a Lusa.
«A sociedade vai distribuir 90 jornais e revistas árabes e internacionais, entre os quais os principais jornais franceses, norte-americanos e britânicos», indicou Abdessalem Mechri, director de Al-Ghad, sociedade privada de imprensa lançada por Seif Al-Islam, um dos filhos do «número um» líbio, Muammar Kadhafi.
Segundo Mechri, a distribuição destas publicações não será controlada pelo Estado.
«Mas isso não quer dizer que tenhamos em conta os nossos valores sociais, culturais e islâmicas», destacou.
Entre as publicações estrangeiras que passam a estar à venda nas quiosques, Mechri citou nomeadamente o Monde, o Figaro, o Financial Times, o Daily Mirror e o International Herald Tribune, assim como diários árabes editados na Europa como Al-Hayat e Asharq Al-Awsat.
A imprensa na Líbia foi durante muito tempo controlada pelo Governo.
Na sequência do golpe de Estado de Muammar Kadhafi contra o rei Idriss, em 1969, a paisagem mediática foi dominada pelo Gabinete geral da imprensa líbia, que administra três diários.
Depois, durante nove meses, entre 2006 e 2007, as autoridades líbias autorizaram a venda de um pequeno número de títulos estrangeiros.
Em 2007, Al-Ghad lançou dois diários independentes, que quebraram os tabus tradicionais publicando críticas ao governo e defendendo os opositores exilados, assim como a primeira cadeia de televisão privada do país.
Em Novembro, a Agência France Presse foi autorizada a abrir uma delegação na capital, Tripoli, e o seu correspondente estrangeiro permanente acreditado, uma «estreia» para uma agência de imprensa internacional generalista.
Jornais estrangeiros autorizados na Líbia
- Redação
- CR
- 24 fev 2009, 11:11
Dezenas de publicações à venda após mais de 25 anos de proibição
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