“A chanceler Angela Merkel e todo o Governo condena da maneira mais forte possível os violentos incidentes e a atmosfera xenófoba.”
Um incêndio destruiu hoje um edifício devoluto que deveria transformar-se numa habitação para refugiados na localidade de Weissach im Tal, no sudoeste da Alemanha.
A polícia afirmou não serem conhecidas ainda as causas do fogo, embora não descarte a possibilidade de um atentado de cariz xenófobo, pois não seria o primeiro a ter lugar naquela localidade.
Em 2004, um complexo para refugiados foi alvo de um atentado protagonizado por um neonazi de 17 anos que lançou dois ‘cocktails molotov’ contra o prédio.
Também, pela segunda noite consecutiva, polícia e manifestantes de extrema-direita envolveram-se em confrontos em Heidenau perto de Dresden, na Alemanha.
As cenas de violência surgiram durante um protesto contra a abertura de um centro de refugiados.
Um grupo de cerca de 150 manifestantes de extrema-direita atirou pedras e garrafas aos agentes, que responderam com petardos e granadas de gás lacrimogéneo. Pelo menos dois polícias ficaram feridos. Um número a somar aos 31 agentes feridos na noite anterior.
O protesto realizou-se junto a um antigo armazém onde vão ser alojados 600 migrantes e refugiados. Muitos dos manifestantes gritavam “Heil Hitler”.
Os violentos protestos em Heidenau, levaram mesmo o vice-chanceler e ministro da Economia, Sigmar Gabriel, à cidade. O governante falou com as autoridades locais e também com alguns populares.
Apesar de reconhecer que “muitas pessoas se preocupam que a sua vida seja menos segura com a chegada dos refugiados”, Sigmar Gabriel fez questão de afirmar:
“Não vamos ceder a esses grupos de extrema-direita. Estas são pessoas que não têm nada a ver com a Alemanha. Esta não é a Alemanha que nós queremos”
Na semana passada foram avançados números oficiais que revelaram que os crimes xenófobos aumentaram quase 40% no leste da Alemanha em 2014.
Os dados, que dizem respeito tanto a ataques contra imigrantes como contra cidadãos alemães de origem estrangeira, mostram diferenças de atitude entre o leste e o oeste do país, reunificados há 25 anos.