Redação do Canal de Moçambique incendiada durante a noite - TVI

Redação do Canal de Moçambique incendiada durante a noite

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  • 24 ago 2020, 09:11
Canal de Moçambique

Autores do incêndio terão introduzido os bidões de combustível no interior das instalações do jornal depois de arrombarem a porta da frente da casa

A redação do semanário Canal de Moçambique, localizada no centro de Maputo, ficou completamente destruída na sequência de um fogo posto por desconhecidos, na noite de domingo, disse à agência Lusa o editor da publicação, André Mulungo.

André Mulungo avançou que foram encontrados bidões no interior da redação, um dos quais ainda tinha um pouco de combustível.

Os autores do incêndio terão introduzido os bidões de combustível no interior das instalações do jornal depois de arrombarem a porta da frente da casa, declarou o editor.

"Os sinais que encontrámos no interior da redação não deixam dúvidas de que se trata de um ato criminoso e não de um acidente", frisou.

O jornalista adiantou que o incêndio foi dominado por uma equipa de bombeiros, mas o equipamento da redação foi totalmente consumido pelas chamas.

 

O caso foi remetido à 6ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) da Cidade de Maputo, aguardando-se que as autoridades apurem as circunstâncias e os autores do fogo posto.

O editor do Canal de Moçambique assegurou que o jornal não vai parar o seu trabalho, estando os jornalistas a trabalhar para a próxima edição, que sai às quartas-feiras, no pátio do prédio onde funciona a publicação.

"Este incêndio não nos vai parar, seria uma vitória para os que deitaram fogo na redação e uma derrota para a liberdade de imprensa. O mal nunca pode vencer", sublinhou André Mulungo.

A redação do Canal de Moçambique localiza-se no rés-do-chão de um prédio de dois andares.

André Mulungo assinalou que o incêndio não se propagou aos outros andares do edifício.

O Canal de Moçambique é um dos principais semanários do país e tem-se destacado por trabalhar em matérias como corrupção e governação.

O jornal já foi várias vezes alvo de processos judiciais por alegada calúnia e o seu diretor-executivo, Matias Guente, foi recentemente intimado pela Procuradoria-Geral da República para responder a perguntas sobre textos publicados sobre contratos na área de segurança entre o Governo e as multinacionais petrolíferas que operam na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

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