O incêndio de grandes proporções que atingiu na terça-feira um hospital público do Rio de Janeiro fez mais uma vítima mortal, num total de duas pacientes mortas, ambas infetadas com o novo coronavírus, segundo a imprensa local.
O incêndio ocorreu no Hospital Federal de Bonsucesso, localizado na zona norte da cidade brasileira do Rio de Janeiro, e obrigou à retirada de cerca de 200 pacientes.
Segundo o portal de notícias G1, uma das vítimas mortais é uma mulher de 42 anos, diagnosticada com covid-19 e em estado muito grave. A paciente morreu durante a tentativa de transferência para outra unidade hospitalar após o fogo ter início.
A outra vítima mortal é uma mulher de 83 anos que se encontrava também em estado grave, com infeção no pulmão, diagnosticada com o novo coronavírus.
Um relatório da Defensoria Pública da União (DPU) do ano passado alertava para problemas na estrutura de combate a incêndios do hospital, que em março chegou a ser anunciado pelo Ministério da Saúde como referência para o tratamento de casos de covid-19 no Rio de Janeiro.
As causas do incêndio ainda estão a ser apuradas e não se sabe se o fogo está relacionado com os problemas apresentados pelo documento, que apontava bocas de incêndio desativadas, mangueiras danificadas e um alto risco de explosão e inoperância do sistema elétrico.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, disse na terça-feira que o hospital em causa "não estava adequado" e tinha duas notificações e dois autos de infração. A unidade, segundo o comandante, "não possui certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros”.
Eu assumi há 30 dias o comando da corporação, pedi uma grande reunião. Eu já tinha conversado com o diretor do hospital. O hospital possui duas notificações e dois autos de infração junto à corporação. É muito difícil, quase impossível, interditarmos um hospital com aproximadamente 600 camas", disse Monteiro à imprensa local, na terça-feira.
Segundo as autoridades, o foco do incêndio foi no subsolo do edifício, na sala de arquivo, e a principal dificuldade no combate ao fogo foi o acesso ao local.
Os pacientes foram sendo recolocados em outros pavilhões que não foram afetados pelas chamas ou foram sendo transferidos para outros hospitais, conforme a gravidade do seu quadro de saúde.
Alguns pacientes foram levados de macas ou em colchões para fora do primeiro prédio atingido pelo fogo e aguardaram numa oficina ao lado do complexo hospitalar até voltarem a ser atendidos.
As chamas foram controladas ao início da tarde, mas os bombeiros continuaram no prédio ao longo do dia, a verificar possíveis novos focos de incêndio, a remover os danos e a avaliar se a estrutura foi afetada.