Uma aula de amor ao futebol e à capacidade deste desporto levar as pessoas a viver as mais variadas emoções num espaço de poucos segundos.
Foi nisso que Guardiola transformou a eliminação dramática do Manchester City da Liga dos Campeões, diante do Tottenham, na véspera de voltar a defrontar os spurs, desta vez para a Premier Legue.
Quando lhe perguntaram de que forma o treinador ir fazer para que os jogadores esquecessem o que viveram na quarta-feira, Pep Guardiola garantiu querer que todos se lembrem bem do que aconteceu e usufruam de ter vivido um momento assim.
«Eu não quero que os jogadores esqueçam aquilo que viveram na quarta-feira. Não os quero ver a esquecer aquilo que aconteceu. Somos humanos e não vamos esquecer aquilo que se passou tão depressa. Mas é bom que eles compitam com esse sentimento», começou por dizer, indo depois mais longe.
«Nós somos uns sortudos por ter vivido o que vimemos. Em termos de emoções e das nossas vidas, foi incrível. Em poucos segundos, vimos 65 mil pessoas que foram da euforia e alegria para um estado de devastação total. Não há mais nenhuma atividade no mundo que leve a estes altos e baixos extremos em tão pouco tempo. Por isso não podemos esperar que isto seja esquecido. Vai sempre permanecer nas nossas memórias, o jogo foi incrível, muito bem jogado», continuou.
E questionado com a atuação do VAR, Guardiola continuou a apoiar uma decisão acertada, ainda que a mesma lhe tenha custado um lugar nas meias-finais da Champios.
«Se o golo do Sterling de forma irregular no último minuto fosse validado, a eliminação seria dura para o Tottenham e eu não gostaria de ver isso», garantiu que esta época a sua equipa já chegou a uma meia-final graças a um golo ilegal e que isso não lhe agradou.
«Nós apurámo-nos para as meias-finais da Taça de Inglaterra com um golo irregular do Aguero ao Swansea e não foi justo para eles. Foi um bom jogo, jogámos bem, mas passámos graças a um golo irregular. Por isso, eu sou a favor do VAR», concluiu.
Após essa resposta, Guardiola foi questionado pelo jornalista se estava satisfeito com a exibição da equipa, entrando num curioso diálogo.
«Gostou do jogo?», perguntou, com o jornalista a responder-lhe que achou o jogo «absolutamente fantástico».
«Isso é bom. É isso que importa. O jogo não foi aborrecido, de todo», terminou, com um sorriso, aproveitando para transportar para a vida a aprendizagem daquele jogo.
«O futebol, tal como a vida, não é uma coisa fácil. É difícil, tem de se lutar contra um adversário e nós tivemos uma reação fantástica. Temos de aceitar o que aconteceu», resumiu.