Este é o país mais perigoso para se ser mulher - TVI

Este é o país mais perigoso para se ser mulher

  • AFO
  • 27 jun 2018, 14:48
Ativista em Kathua, Índia

No entanto, é o país que surge em décimo lugar que está a surpreender o mundo

A Índia lidera a lista dos dez países mais perigosos do mundo para se ser mulher, mas é o país que surge em décimo lugar que está a surpreender o mundo. Isto porque são os Estados Unidos a arrecadarem esta posição, muito por causa do movimento contra o assédio sexual em Hollywood. Já o primeiro lugar deve-se ao alto risco de violência sexual e à escravidão.

Segundo o estudo da Fundação Thomson Reuters, as mulheres indianas são as mais prováveis a sofrer violência sexual, casamento forçado e estão ainda sujeitas a tráfico para trabalho doméstico e escravidão sexual, resultado que se deve também às tradições culturais que afetam as indianas, como ataques com ácido, mutilação genital, casamento infantil e abuso físico.

Nove dos dez países listados no estudo feito por mais de 500 investigadores estão localizados na Ásia, no Médio Oriente ou na África, deixando assim os Estados Unidos como o único país ocidental a ser incluído na lista. Para os investigadores este resultado está diretamente ligado ao movimento iniciado em outubro de 2017.

A divulgação deste relatório acontece quando vários casos de violação a crianças e adolescentes estão a causar polémica na Índia. Ainda em abril deste ano, centenas de pessoas saíram à rua em protesto por melhores condições de proteção para as mulheres. Desta forma, a Índia viu-se obrigada a aumentar as penas e chegou mesmo a introduzir a pena de morte à violação a menores de doze anos.  

No entanto, mesmo depois destas medidas terem sido implementadas continuavam a chegar à polícia cerca de cem agressões sexuais por dia.

Os líderes mundiais prometeram, há três anos, eliminar todas as formas de violência e discriminação contra mulheres e meninas até 2030, permitindo assim que elas possam viver livremente e participar igualmente na vida política, económica e pública. Mas, apesar desta promessa, estima-se que três mulheres sofram violência física ou sexual durante a vida toda. (...) O número de casamentos infantis ainda é muito elevado, com quase 750 milhões de mulheres e meninas casadas antes dos 18 anos, o que na maioria das vezes resulta em gravidez na adolescência, o que pode colocar em risco a saúde e, ainda, limitar a escolaridade e oportunidades", afirma a Fundação.

Para Manjunath Gangadhara, funcionário do governo do estado indiano de Karnataka, o primeiro lugar mostra que os direitos das mulheres estão a ser desrespeitados, uma vez que o número de violações, assédios e abusos sexuais e de homicídios a crianças não diminuiu.

A Índia tem a economia que mais está a crescer no mundo, consegue ser líder em tecnologia e depois é envergonhada pela violência cometida contra as mulheres", disse Gangadhara à CNN.

O Afeganistão ficou em segundo lugar, mas foi considerado o pior país no que diz respeito a conflitos e abusos domésticos. Também ficou em segundo lugar no acesso à saúde e acesso a recursos económicos e discriminação. Já a Síria, com o terceiro lugar, surge em segundo no que toca à violência sexual e no acesso a cuidados de saúde.

  Países
1. Índia
2. Afeganistão
3. Síria
4. Somália
5. Arábia Saudita
6. Paquistão
7. Congo
8. Iémen
9. Nigéria 
10. Estados Unidos

A fundação Thomson Reuters tinha feito um estudo similar há sete anos, onde o Afeganistão, o Congo, e o Paquistão, a Índia e a Somália ficaram intitulados como os cinco países mais perigosos do mundo para se ser mulher.

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