Morreu Stéphane Hessel, o homem que inspirou os «Indignados» - TVI

Morreu Stéphane Hessel, o homem que inspirou os «Indignados»

Stéphane Hessel (EPA/Horacio Villalobos)

Autor do best-seller «Indignai-vos» morreu aos 95 anos

O intelectual francês Stéphane Hessel, autor do best-seller «Indignai-vos», morreu durante a noite aos 95 anos. O antigo diplomata e ex-combatente da resistência francesa à ocupação alemã «morreu durante a noite», disse à AFP a sua mulher, Christiane Hessel-Chabry.

Stéphane Hessel, diplomata de origem alemã, foi membro da Resistência Francesa, torturado pela Gestapo e preso num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

É autor dos livros «Indignai-vos!» (2010) e «Empenhai-vos!» (2011), que venderam milhões de exemplares em todo o mundo e que inspiraram os movimentos dos «Indignados» em vários países, sobretudo no Sul da Europa.

Stephane Hessel defendeu a «insurreição pacífica» e foi inspirador dos movimentos dos indignados que se multiplicaram nos últimos anos em Portugal, Espanha e outros países europeus.

Escritor, ensaísta e ativista, Hessel tornou-se nos últimos anos fonte de inspiração para movimentos de indignados e para protestos de contestação, em vários países, contra as políticas de austeridade.

Nascido em Berlim em 1917, cedo foi viver para França com a família, tendo obtido a nacionalidade francesa. A origem judaica obrigou-o a abandonar o país aquando da ocupação nazi, para se juntar à Resistência liderada por De Gaulle em Inglaterra.

Em 1944, foi preso em território francês e enviado para campos de concentração nazis, de onde conseguiu evadir-se. Após o fim da guerra, iniciou uma longa carreira diplomática e representou a França junto das Nações Unidas.

Homem de esquerda e europeísta convicto, Stéphane Hessel era até hoje o único redator ainda vivo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948.

Em 2010 publicou o pequeno manifesto «Indignai-vos», um sucesso de vendas traduzido para 25 países, incluindo Portugal. Só em França, o livro vendeu mais de dois milhões de exemplares.

«A nossa capacidade de indignação pode e deve levar-nos a ações construtivas, motivadas pela recusa da passividade e da indiferença», afirmava Hessel no prefácio da entrevista de 100 páginas publicada em Portugal pela editora Planeta.
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