A vila de Kepuh, na ilha de Java, Indonésia, começou a recorrer, no mês passado, a voluntários mascarados de fantasmas para assustar as pessoas e impedir que saiam de casa, à noite.
A village in Indonesia has deployed 'ghosts' to patrol the streets and scare people into staying home https://t.co/o4pHwT0kfr pic.twitter.com/SdduNXHEpi
— Reuters (@Reuters) April 13, 2020
Apesar de, no início, a iniciativa ter tido o efeito contrário, uma vez que os os habitantes queriam sair à rua para ver e fotografar os voluntários, agora parece estar a resultar, não fossem os fantasmas, na cultura indonésia, associados a almas penadas. Além disso, os voluntários instalam-se em sítios inesperados, o que aumenta a probabilidade de assustar quem por eles passe.
Desde que apareceram, pais e crianças deixaram de sair de casa, e as pessoas não se reúnem, ou permanecem na rua, após as orações da noite", relatou um dos residentes à Reuters.
A iniciativa foi organizada pelo grupo de jovens da vila, em coordenação com a polícia. Ainda assim, tanto na localidade, como no país, parece existir grande iliteracia em relação à doença.
Os moradores ainda não têm consciência de como agir para conter a propagação da Covid-19. Querem viver normalmente, por isso é muito difícil seguirem instruções para ficar em casa", desabafou o presidente da vila de Kepuh, também à Reuters.
Numa altura em que a Indonésia regista já 4.557 casos de infeção, dos quais resultaram 399 mortes, o presidente do país ainda não implementou quarentena obrigatória.
Os receios sobre um eventual colapso do sistema de saúde vão crescendo, como também vai aumentando o medo dos especialistas acerca do real impacto da doença no país, que pode ser muito pior do que aquele que se conhece.