Jade Goody: de «oportunista» a modelo de coragem - TVI

Jade Goody: de «oportunista» a modelo de coragem

Jade Goody

Cancro incurável reabilita estrela britânica dos «reality show» aos olhos da opinião pública

Um cancro do colo do útero incurável está a reabilitar, perante a opinião pública inglesa, uma ex-participante da edição britânica do «Big Brother». Jade Goody, de 28 anos, conheceu a fama quando há sete anos entrou para o programa.

Jade chamou a atenção pela conduta irreverente e transformou-se no alvo preferido dos tablóides também por ser originária de uma família problemática, já que o pai, assaltante, morreu de «overdose», e por ser namorada de um presidiário. Agora, com apenas algumas semanas de vida, vaticinam os médicos, Jade Goody passou de «persona non grata» e jovem oportunista a modelo de coragem, verdadeiro exemplo da luta contra o cancro.

Nome associado ao escândalo

Desde que entrou no «Big Brother» inglês que o nome de Jade Goody está ligado ao escândalo. A jovem foi, por exemplo, a primeira concorrente do programa a fazer sexo diante das câmaras. O nome de Jade também correu Mundo quando foi expulsa do «Big Brother Celebridades», em 2007, por ter proferido insultos racistas em directo contra a actriz indiana Shilpa Shetty.

O episódio causou um incidente diplomático, mas fez disparar o «cachet» de Jade. Em Agosto de 2008 foi-lhe diagnosticado um cancro cervical e a 4 de Fevereiro de 2009 soube que teria apenas alguns meses de vida. Jade não desarmou e vendeu exclusivos dos últimos dias que tem de vida. Desde Agosto, que a «Living TV» está a emitir todos os passos do seu tratamento médico e hospitalar.

Mesmo fora do programa, Jade fez correr tinta. Em 2006, anunciou que ia correr uma maratona em Londres e ao quilómetro 34 desmaiou. As câmaras voltaram-se todas para ela.

Fazer render a imagem

Jade Goody sabe explorar a imagem. Publicou uma autobiografia, lançou uma cadeia de salões de beleza e escreveu um livro sobre receitas. Quando tornou público o diagnóstico de cancro, a jovem começou a apresentar um programa «Os Progressos de Jade», em que falava do tratamento.

Foi nesse programa que a estrela em fase terminal anunciou o casamento com Jack Tweed. O enlace realizou-se este domingo num luxuoso hotel em Essex, Inglaterra. O vestido de noiva, do estilista espanhol Manuel Mota, foi oferecido por Mohamed al Fayed, o dono dos armazéns Harrod's.

Jack Tweed, o noivo, condenado a 18 meses de prisão por ter agredido um jovem de 16 anos, foi libertado recentemente, após quatro meses de detenção. Isto para poder ficar ao lado de Jade, mas com pulseira electrónica.

Com os contratos exclusivos, a jovem, que tem vivido da venda da imagem, e é criticada por isso, quer garantir o futuro dos dois filhos, Bobby e Freedie, de cinco e quatro anos.

«As pessoas vão dizer que faço isto por dinheiro, e têm razão. Faço isto por dinheiro, mas não para comprar carros de luxo ou moradias imensas. Faço isto para assegurar o futuro dos meus filhos», explicou a jovem ao jornal inglês «Sun».

Este jornal, que até agora se referia a Jade com a alcunha «The Pig» [a porca] mudou completamente de enfoque. O diário britânico não só mudou a orientação das manchetes, como lançou uma petição «online» para que se baixe para os 20 anos a idade legal de despistagem do cancro do colo do útero.

Personalidades apoiam decisão

Jade Goody também tem recebido o apoio de personalidades políticas e religiosas do Reino Unido. Do cardeal Cormac Murphy-O¿Connor, arcebispo de Westminster, ao primeiro-ministro Gordon Brown, todos qualificam Jade de «mulher corajosa». E nem a actriz indiana Shilpa Shetty, que entretanto se reconciliou com Jade, se mostra indiferente.

Estes últimos instantes de mediatização em torno de Jade Goody geram desconforto em alguns «media». Jane Ellis, ex-chefe de redacção da revista «People Now» é disso exemplo. «Criei o monstro em que se transformou a empresa Jade Goody, e agora que ela luta pela vida, sinto-me culpada», afirma ao «Daily Mail».

Jade Goody chegou a dizer que talvez morresse perante as câmaras, mas o agente já garantiu que a morte não será filmada.
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