Grobbelaar: «Quantas pessoas matei? Não posso dizer» - TVI

Grobbelaar: «Quantas pessoas matei? Não posso dizer»

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Testemunho arrepiante de Bruce Grobbelaar, guarda-redes do Liverpool durante uma década

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Bruce Grobbelaar foi o dono da baliza do Liverpool durante uma década (1981-1991). Porém, antes, de chegar a Anfield, o guarda-redes teve um percurso sombrio. Ainda adolescente, Grobbelaar foi recrutado pelo exército da Rodésia na luta pela independência do Zimbabué.

Durante esse período, Grobbelaar confessou ter assassinado várias pessoas.

«A primeira vez foi ao amanhecer. Quando o sol se põe vês as sombras nos arbustos. Não reconheces ninguém até que vês o branco dos olhos dos outros. És tu ou eles. Disparas e há uma troca de balas. Ouves vozes à tua volta ‘fui atingido’. Apetece-te mandar calar os restantes, caso contrário matam-nos a todos. Quando acaba o fogo, vês corpos por toda a parte. Na primeira vez tudo o que tens no estômago sai-te pela boca», lembrou, em entrevista ao The Guardian.

O ex-futebolista não consegue dizer o número de pessoas que assassinou, embora tenha mostrado arrependimento. «Quantas pessoas matei? Não posso dizer. Sim, matei muitos homens. Apenas posso arrepender-me do passado, não o posso mudar», disse.

Durante o conflito, Grobbelaar contou que vários soldados optaram pelo suicídio em detrimento de mais meses de combate.  

«Mataram-se entre eles nas casas de banho adjacentes ao quartel. Não conseguiam suportar mais tempo em guerra», relatou.

Grobbelaar descobriu o futebol e este salvou-o, acabando a carreira com vários troféus, entre eles duas Ligas dos Campeões e seis campeonatos ingleses. «Os adeptos chamavam-se Jungleman (homem da selva). Diziam que não era branco, mas um negro com a pele branca. O futebol salvou-me e afastou-me dos pensamentos obscuros da guerra.»

Do passado para a atualidade, o antigo guarda-redes atribuiu a responsabilidade da ausência de títulos de campeão nacional do Liverpool a um curandeiro e deixou no ar uma sugestão para terminar com a seca.

«Culpo o curandeiro que foi a Anfield porque foi ele que colocou qualquer coisa na minha baliza e disse ‘se não tiverem o homem da selva, não vão voltar a ganhar.’ E não ganharam. A única forma de contrariar o que o curandeiro fez é urinar nos quatro postes. Já fiz isso em dois, mas fui apanhado. Nesse ano o Liverpool ficou em segundo lugar. Se o Liverpool não vencer o título este ano, vou a Anfield urinar nos outros dois postes», concluiu.

Que história.  

 

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