Dois jurados do comité de 50 pessoas que elegem o prémio Nobel da Medicina foram convidados a deixar os seus lugares, devido à sua ligação ao escândalo que envolve o Instituto Karolinska e um cirurgião investigado por homicídio involuntário.
O caso tem no centro o famoso cirurgião Paolo Macchiarini, médico considerado pioneiro nos transplantes de traqueia, e suspeito de negligência em três operações com traqueias artificiais e células mãe, realizadas no Hospital Universitário Karolinska, em 2013, e que causaram a morte a dois pacientes e deixaram um terceiro internado. Macchiarini é acusado por outros médicos de subestimar os riscos de alguns procedimentos e de não informar os pacientes das complicações que podem acontecer durante as cirurgias.
O Instituto Karolinska, que contratou Macchiarini em 2010, depois de ter realizado um transplante de traqueia de um homem morto para uma mulher, dois anos antes, investigou as várias denúncias contra o médico, mas absolveu sempre o cirurgião.
Macchiarini também foi denunciado por colegas por exagerar resultados de pesquisas e cirurgias e por, alegadamente, ter mentido no seu currículo.
Como escreve o The Independent, os dois juízes agora demitidos, Harriet Wallberg e Anders Hamsten, faziam também parte da administração do Instituto Karolinska – já demitida pelo Governo sueco após o escândalo –, ou seja, do grupo que terá ignorado os avisos sobre Macchiarini, prolongando o seu vínculo à Instituição e ao Hospital onde as polémicas cirurgias aconteceram.