Estatísticas apontam 45 mil mortes por covid-19 entre março e maio em Espanha. Governo fala em 27 mil - TVI

Estatísticas apontam 45 mil mortes por covid-19 entre março e maio em Espanha. Governo fala em 27 mil

Dados relativos aos cinco primeiros meses do ano refletem o impacto da pandemia no país vizinho

O Instituo Nacional de Estatística de Espanha (INE) publicou esta quinta-feira novos dados relativos aos primeiros meses da pandemia de covid-19. Segundo a análise, que analisou números de óbitos no país entre os meses de janeiro e maio, morreram no país 45.684 pessoas infetadas com o novo coronavírus.

O INE explica que estas contas incluem as pessoas a quem foi confirmado um diagnóstico de covid-19 (32.652) e também aquelas com alto grau de suspeita de terem contraído a doença (13.032).

Segundo a agência Efe, o Ministério da Saúde identificou 27.127 casos de mortes por covid-19 até 31 de maio. A diferença, segundo o INE, está na ausência de teste para muitos dos óbitos ocorridos na primeira fase da pandemia, na qual Espanha foi um dos países mais afetados.

A análise pretendia catalogar as mortes em Espanha, e acabou por concluir que o novo coronavírus foi a principal causa de morte nos três meses entre março e maio. Abril foi o mês com mais óbitos relacionados com a doença (terão sido 18.178 só em 30 dias, aos quais se acrescentam 8.127 casos altamente suspeitos).

As mortes concentraram-se em pessoas de idades avançadas, dado que 87,1% das mortes com o vírus identificado tinham 70 anos ou mais, enquanto 89,2% dos casos suspeitos tinham 75 anos ou mais.

O estudo também indica que o risco de morrer de covid-19 era inferior a 100 mortes por 100.000 habitantes até aos 65 anos de idade, embora a partir dessa idade as taxas tenham aumentado para 1.773,9 mortes por 100.000 habitantes no grupo com idade igual ou superior a 95 anos.

Quanto aos locais onde ocorreram as mortes, os dados distinguiram claramente entre vírus confirmados e suspeitos: 76,4% dos identificados ocorreram em centros hospitalares, enquanto 55,6% dos suspeitos ocorreram em residências de cuidados de saúde sociais.

Os dados são ainda mais alarmantes quando verificamos que em janeiro e fevereiro não foi registado qualquer falecimento por covid-19, o que restringe os 45.684 óbitos a apenas três meses.

[A evolução da mortalidade] apresentou uma tendência distinta entre os meses de janeiro e fevereiro e os de março e maio", confirma o INE.

Com efeito, houve menos 3.568 mortes em janeiro e fevereiro do que em 2019, dois meses que antecederam um pico de óbitos no país.

Mas se olharmos para os números absolutos, a realidade mostra um outro ponto de vista igualmente assustador. Morreram 231.014 pessoas até maio em Espanha, mais 43.537 do que no mesmo período de 2019, o que pressupõe um aumento de 23,2% nas mortes. Mas comparando apenas os três meses diretamente ligados à pandemia (março, abril e maio), foi verificado que morreram mais 47.105 pessoas do que no período homólogo, números que vão de encontro aos 45.684 óbitos por covid-19, e que representam um acréscimo de 44,8% relativamente a 2019.

Nos primeiros cinco meses do ano as doenças do sistema circulatório ou condições a elas relacionadas continuaram a ser a principal causa de morte, sendo responsável por 23% dos óbitos. No mesmo período, e do total de mortes, a covid-19 terá sido responsável por 20,9% dos falecimentos, sendo que só teve efeito nos meses de março, abril e maio.

Caracterizando os óbitos por sexo, é verificado que morream 115.541 homens (mais 21,9% que em 2019) e 115.473 mulheres (mais 24,6%).

Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, Espanha já contabilizou mais de 1,7 milhões casos de covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 47.019 são óbitos confirmados.

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