A passagem do ciclone Idai por Moçambique inundou pelo menos 1.276 quilómetros quadrados nas províncias de Sofala, Manica e Zambézia, segundo os dados de satélite mais recentes recolhidos pelo programa europeu Copernicus.
De acordo comos dados partilhados pelos Serviços de Gestão de Emergência do Copernicus - Copernicus EMS -, as províncias mais afetadas foram:
- Sofala - 1.224,3 quilómetros quadrados
- Zambézia - 49,7 quilómetros quadrados
- Manica - 1,97 quilómetros quadrados
Coordenado e gerido pela Comissão Europeia, através de uma parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla inglesa), o programa Copernicus foi estabelecido em 2014 com o objetivo de providenciar uma vasta capacidade de observação global contínua, autónoma e de alta qualidade.
As principais localidades afetadas em Sofala foram:
- Tica - 35.312,7 hectares
- Mafambisse - 32.403,2 hectares
- Nhantaze - 24.837,7 hectares
- Macorreia - 9.862 hectares
- Beira - 9.509 hectares
- Lamego - 641,3 hectares
No total, só em Sofala, a área inundada corresponde ao equivalente a mais de 122 mil campos de futebol.
Na Zambézia, o programa Copernicus detetou 4.695,4 hectares inundados em Quelimane, capital da província, e 274 hectares em Chinde.
Na capital da província Manica, Chimoio, os satélites europeus verificaram 196,5 hectares de terrenos inundados.
Atualmente, aquele programa europeu comporta sete missões Sentinel, incluindo o Sentinel-1, que utiliza dois satélites (o Sentinel-1A e o Sentinel-1B) para providenciar imagens de radar de cariz meteorológico.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou já perto de 400 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos desde segunda-feira.
O número de mortos confirmados na sequência do ciclone no centro de Moçambique subiu para 242. O balanço anterior apontava para 217.
De acordo com números divulgados esta quinta-feira, em Genebra, pelo Programa Mundial Alimentar (PAM) das Nações Unidas, a passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabué e Maláui atingiu, pelo menos, 2,8 milhões de pessoas.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, decretou o estado de emergência nacional na terça-feira e disse que 350 mil pessoas “estão em situação de risco”.
Moçambique cumpre hoje o segundo de três dias de luto nacional.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na noite de 14 de março, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.