Armas na América: será possível evitar mais massacres? - TVI

Armas na América: será possível evitar mais massacres?

Massacre EUA: Natal em Newtown

A tragédia em Newtown colocou o «gun control» no topo da agenda política de Barack Obama. Elliot Fineman tem boas ideias sobre o assunto

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A questão do acesso às armas é, neste momento, um dos temas centrais da discussão política nos EUA.

As eleições presidenciais de 2012 não tiveram o «gun control» no topo da agenda (não era do interesse dos dois candidatos), mas o massacre de Newtown, Connecticut, em dezembro, alterou por completo os dados do problema.

Já depois da reeleição, Barack Obama assumiu a necessidade de enfrentar o risco de homicídios em massa a manter-se a facilidade no acesso às armas.

Nomeou, primeiro, o seu vice-presidente, Joe Biden, para fazer um profundo levantamento sobre a realidade do acesso às armas na América. E, poucos dias antes da tomada de posse para o segundo mandato, apresentou um pacote de 23 medidas para restringir o acesso às armas.

Esse pacote, o mais ambicioso das últimas duas décadas, desde a primeira administração Clinton, terá que ser apreciado pelo Congresso, que tem uma maioria republicana na Câmara dos Representantes.

No discurso de posse para o segundo mandato, Obama voltou a dar sinais claros de que colocará a questão do acesso às armas no topo das suas prioridades para os próximos meses.

A poderosa máquina de comunicação que ajudou a reeleger Obama não terminou a sua tarefa. O «gun control» vai exigir uma nova guerra de ideias com os conservadores, sobretudo perante o poder da NRA junto de «media» como a FOX News.

Stephanie Cutter, diretora-adjunta da campanha de reeleição de Barack Obama, confirmou em entrevista televisiva recente: «O nosso exército volta a estar mobilizado».

Gabi Giffords, a congressista democrata do Arizona que escapou por pouco à morte no atentado a tiro de Tucson, é um dos principais trunfos nesta causa do Presidente e exortou o Senado a agir: «O tempo é agora. Têm que agir. Sejam corajosos. Os americanos contam convosco».

Elliot Fineman é o presidente da National Guns Victims Action Council (NGAC), uma associação norte-americana, politicamente independente, que tem como lema ser «uma força que se bate por uma legislação de armas saudável».

Em entrevista exclusiva ao TVI24.pt, este antigo consultor de marketing de grandes empresas como a Accenture, KPMG e do Boston Consultant Group explica ao pormenor o que está em causa e aponta soluções para travar o risco de futuros massacres.

Fala de «smart guns», elenca as prioridades na legislação e explica porque é que, na América, há um número muito maior de homicídios a tiro do que em qualquer outro país do Mundo.

O interesse de Elliot Fineman no «gun control» tem uma origem pessoal trágica: no último dia de 2006, um esquizofrénico que possuía uma arma legal matou o seu filho num restaurante de San Diego.

Como poderão ser evitadas tragédias como as de Newtown ou Aurora?

Nunca as poderemos evitar a cem por cento, não chegaremos ao zero. No entanto, poderemos fazer muitas coisas para reduzir significativamente a frequência e o número de homicídios em massa por via de armas. É um pouco como os acidentes de carro fatais, devido a condutores alcoolizados. Nunca poderemos chegar a zero acidentes, mas através da educação e sensibilização do público, assunção de responsabilidades, criação de leis, regulação e penas fortes para quem repetidamente comete crimes (perda de licença, penas de prisão efectiva), nos últimos 25 anos conseguimos reduzir drasticamente (de 20 mil por ano para 10 mil por ano) este problema. Os jovens até 19 anos representam quatro mil da redução de dez mil de mortes por acidentes com condutores alcoolizados.

No resto da entrevista com Elliot Fineman: as «smart guns»; o caso australiano; a comparação Inglaterra/EUA; a influência dos «video games»; o perfil dos autores dos crimes e muito mais...
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