Chávez pede ajuda divina e opositor fala em «doença de poder» - TVI

Chávez pede ajuda divina e opositor fala em «doença de poder»

Capriles (Reuters)

Presidente vai a votos no domingo, tendo pela frente Henrique Capriles, um rival à altura

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu a Deus que lhe conceda a «vitória» nas eleições de 7 de outubro, nas quais enfrentará o candidato da oposição, Henrique Capriles, que horas antes denunciou o governo de «presentear» outros países com milhões de dólares.

«Meu Deus, dê-nos a vitória para continuarmos a construir o reino de Cristo na Terra. Peço a Deus que me ajude, para que eu seja um presidente melhor e mais eficiente no próximo mandato e atenda a fundo as necessidades do povo», disse Chávez, durante um comício na cidade de Cabinas, no estado de Zulia, informa a agência Ansa.

Na sua opinião, «nada e ninguém» poderá evitar o seu triunfo e alertou a população sobre os supostos planos desestabilizadores e violentos da oposição: «Estamos prontos para enfrentar, neutralizar e garantir que a vontade do povo seja respeitada no próximo dia 7 de outubro, que será a grande vitória bolivariana».

O principal adversário, Henrique Capriles, denunciou o governo venezuelano de «oferecer prendas» a diversos países. Citou como exemplo uma doação de «100 milhões de dólares às Honduras, sob a administração do ex-presidente Manuel Zelaya» e outros «400 milhões de bolívares fortes para uma refinaria na Nicarágua, para além de uma quantia similar para uma central elétrica na República Dominicana».

Capriles também questionou o plano de governo de Chávez e as promessas não cumpridas durante 14 anos de mandato: «Não devemos a indenpendência a Chávez, mas sim a Bolívar. Se acredita ser outro Bolívar, está no seu direito, mas Bolívar é de todos e Chávez não se comporta como o presidente de todos. Eu, sim, quero ser o presidente de todos».

Aquele que se apresenta como o opositor mais forte desde que Chávez está na presidência considera que existe uma doença no poder. «O nosso povo tem esperança na mudança. O candidato do governo é um líder messiânico, egoísta, doente de poder», disse Capriles, numa entrevista à agência AFP. «Todos os líderes do mundo que têm febre de poder terminam mal», acrescentou.

Segundo o ex-governador do estado de Miranda, no norte do país, «hoje em dia quem não colocar um lenço vermelho (a cor do Partido Socialista Unido da Venezuela) está fora» dos programas sociais, um dos pilares do governo para garantir apoio entre as classes populares. «Para mim, isto é fascismo, a mesma prática fascistas de quem diz que não apoiar o governo e crime», frisou.

Capriles, candidato da Mesa da Unidade Democrática (MUD), uma coligação de partidos, ameaça a permanência de Chávez no poder com uma campanha que tem reunido milhares de pessoas nas ruas para ouvir uma mensagem simples e concreta: acabar com o desemprego e a falta de luz e água; e combater a violência num país onde a taxa de homicídios foi de 50 por 

cada 100 mil habitantes em 2011, a mais alta da América do Sul.

Na sexta-feira passada, Chávez assumiu os erros da sua administração e prometeu «maior eficiência» no próximo mandato, após vencer as eleições: «Pode haver gente nossa chateada com falhas do governo, isto pode ser certo e assumo a autocrítica do governo revolucionário com o compromisso de maior eficiência na gestão».

Hugo Chávez, de 58 anos e desde 1999 no poder, chega como favorito às eleições de domingo, mas Henrique Capriles Radonski, de 40 anos, realiza uma campanha ativa e tem reduzido a sua desvantagem nas pesquisas de intenção de voto.
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