Quase uma semana depois do seu assassinato, a família decidiu tornar pública a carta de Foley no Facebook para «manter viva a sua memória».
«Todas as cartas que Jim escreveu para a família durante o cativeiro foram confiscadas. Por isso, Jim tentou uma forma diferente em junho: pediu a um companheiro que ia ser libertado para memorizar a carta. Pouco tempo depois de ser libertado, o companheiro ligou a Diane [mãe do jornalista] e disse o que se segue», pode ler-se no Facebook.
«Sei que pensam em mim e rezam por mim e estou agradecido. Sinto a vossa presença, sobretudo quando rezo. Rezo por vós, para que sejam fortes e acreditem. Sinto, de facto, que, quando rezo, vos consigo tocar mesmo nesta escuridão», escreveu Foley na carta que chegou aos pais pela memória do colega.
Na carta, o jornalista descreveu ainda como estava a ser difícil o cativeiro e as saudades que tinha dos pais, dos irmãos, da restante família e dos amigos.
Ao lado dos outros 17 sequestrados, com quem mantém «conversas intermináveis sobre filmes, curiosidades e desporto», o tempo custava menos a passar.
«Tive dias débeis e fortes. Ficamos muito felizes quando algum dos nossos é libertado, mas, no entanto, queremos a nossa própria liberdade. Tentamos animar-nos e partilhar a força. Agora estamos a ser mais bem alimentados e de forma mais constante. Tomamos chá e às vezes café. Recuperei a maior parte do peso que perdi o ano passado», conta.
James Foley desapareceu na Síria quase há dois anos e foi decapitado no passado dia 19 por apoiantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que controlam o território entre o Iraque e a Síria.