Durão Barroso: Nobel é «um estímulo e um aviso» - TVI

Durão Barroso: Nobel é «um estímulo e um aviso»

Presidente da Comissão Europeia diz que vai falar sobre o 25 de Abril em Portugal durante a sua intervenção em Oslo

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O presidente da Comissão Europeia disse esta segunda-feira que vê a atribuição do Nobel da Paz à União Europeia como um «estímulo», mas também como «um aviso» e adiantou que vai fazer uma referência a Portugal quando receber o prémio.

Durão Barroso falava à imprensa portuguesa em Oslo, poucas horas antes de receber o Nobel da Paz em nome da EU. Disse que o prémio é «um estímulo, um encorajamento e, com certeza, um aviso», de acordo com a Lusa.

«Aceitamos este prémio com muita honra, com um reconhecimento daquilo que foi feito ao longo destes 60 anos, mas também como um encorajamento para o futuro», acrescentou o presidente da Comissão Europeia, adiantando que no seu discurso na cerimónia de entrega do Nobel da Paz vai fazer uma referência a Portugal.

Durão Barroso disse que, na sua intervenção, vai sublinhar que «a paz não é apenas a ausência da guerra», estando também relacionada com «um sentimento de justiça e com a democracia».

«Vou aliás, falar de Portugal, da nossa experiência da transição democrática da revolução do 25 de Abril, vou fazer uma rápida referência a isso», disse.

Durão Barroso disse ainda que Portugal precisa de investimento. «E eu atrevo-me a dizer isto: este é o momento para investir em Portugal», disse, salientando que o país está a fazer reformas que «vão dar, a médio/longo prazo, estabilidade e grandes perspetivas de crescimento sustentável».

O chefe do executivo comunitário defendeu que «a correção dos défices é importante, mas não é tudo», afirmando ser necessário fazer reformas estruturais que permitam ganhar competitividade e apostar no investimento, «porque o essencial é recuperar as condições para o crescimento».

A cerimónia de entrega do Nobel da Paz à UE terá início às 13:00 locais (12:00 em Lisboa).

O prémio vai ser entregue ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em conjunto com os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

A cerimónia contará com a presença de alguns líderes europeus, entre os quais o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.

O Comité Nobel norueguês atribuiu o Nobel da Paz à UE pelo seu contributo para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos.

A escolha suscitou polémica, numa altura em que a UE enfrenta uma crise financeira que tem vindo a testar o espírito de solidariedade entre os países ricos do norte da Europa e os estados do sul endividados, submetidos a programas de austeridade.

O Prémio Nobel da Paz é constituído por um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 930.000 euros, verba que a UE já anunciou que vai doar a projetos de apoio a crianças vítimas da guerra e de conflitos armados.

A UE é a vigésima primeira organização internacional a receber o prémio desde 1901.
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