Eleição do novo Papa na mão dos cardeais italianos - TVI

Eleição do novo Papa na mão dos cardeais italianos

Conclave no Vaticano (ReuterS)

Grupo de 28 homens pode bloquear qualquer maioria de dois terços

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O escritor Luís Miguel Rocha, que tem vários romances sobre os papas, considerou que a eleição do novo pontífice está na mão dos cardeais italianos que, a partir de terça-feira, participam no conclave.

«São os 28 cardeais italianos que mandam quem vai ser o novo Papa, porque têm o poder de bloquear qualquer maioria de dois terços. Não há novo Papa sem acordo com os italianos», disse o escritor à agência Lusa.

O autor de «A filha do Papa» e «Bala Santa» apontou como prováveis futuros pontífices os cardeais Odilo Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo, Angelo Scola, de 71 anos, da arquidiocese de Milão, e Gianfranco Ravasi, de 70 anos, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura.

«A qualquer um dos três [o cargo] seria bem entregue», opinou.

Segundo Luís Miguel Rocha, neste momento é preciso «um Papa muito forte religiosa e politicamente, não basta ser só numa área, tem de ser nas duas».

«O cardeal brasileiro Odilo Scherer está cada vez mais entre os favoritos até mais favorito que Angelo Scola que partiu para este conclave muito, muito à frente», considerou o escritor português.

Habituado a urdir intrigas e conhecedor dos corredores do Palácio Pontifício, Luís Miguel Rocha afirmou que para o arcebispo de S. Paulo se sentar na cadeira de São Pedro, «há um acordo, segundo o qual o secretário de Estado [cabeça da hierarquia administrativa da Santa Sé] tem de ser italiano».

«O acordo é o secretário de Estado ser italiano e ter de ser uma escolha de dois homens, os cardeais Tarcisio Bertone e Angelo Sodano», apontou Rocha que referiu que Bertone participa da eleição.

Sodano, por seu turno, não participa, mas é o deão do colégio dos cardeais, a quem cabe fazer a pergunta ao eleito se aceita o cargo e por que nome quer ser chamado.

Luís Miguel Rocha adiantou que «há dez fações» no conclave «e nenhuma com maioria». Entre elas, «os bertonianos», liderada pelo cardeal Berone, «os diplomáticos», de Sodano e na qual «se integra o cardeal português Monteiro de Castro», «os pastorais», «liderados por Angelo Scola, que continua a ser um papabile» e «os opusianos», do Opus Dei, liderados por um cardeal não eleitor, Julián Herranz, que foi o responsável pelas investigações do Vatileaks.

«Temos ainda os ambrosianos, o setor milanês, que é fortíssimo», acrescentou.

Um outro cardeal que «está muito bem posicionado é o argentino Leonardo Sandri», de 69 anos, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais. Porém, segundo o escritor, pode haver surpresas «e surgir um outsider».

Sandri a ser eleito Papa, segundo Luís Miguel Rocha, «está também incluído no mesmo acordo de Odilo Scherer, que é, de ser escolhido um secretário de Estado italiano».

Sobre todos estes nomes, «não haja dúvida que quem vai escolher o próximo Papa são os italianos», rematou Luís Miguel Rocha.
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