Eleições Catalunha: e se Espanha ficasse sem Puyol, Xavi e Fàbregas - TVI

Eleições Catalunha: e se Espanha ficasse sem Puyol, Xavi e Fàbregas

O futebol está sempre associado à ideia de independência. E o Barcelona, sempre o Barcelona

Um dos tópicos mais abordados no debate sobre a luta da Catalunha pela independência é o que vai acontecer ao Barcelona e aos jogadores da seleção espanhola que nasceram na região. O assunto não é pacífico e deixa toda a gente dividida.

Não é fácil pensar numa seleção espanhola campeã da europa e do mundo sem jogadores tão importantes como Valdés, Puyol, Piqué, Busquets, Jordi Alba, Xavi ou Fàbregas. Tal como não é concebível imaginar uma Liga espanhola sem o Barcelona ou mesmo o Sevilha. Por outro lado, que interesse teria um campeonato catalão com os dois grandes clubes a defrontarem adversários menores como o Girona ou o Sabadell.

O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, participou na grande manifestação pela independência que aconteceu em setembro, mas deixou o assunto muito claro: «Se a Catalunha fosse independente, não tenho nenhuma dúvida de que o Barcelona continua na Liga espanhola. Como o Mónaco em França, não tenho dúvida nenhuma».

Para além do exemplo do Mónaco, Rosell poderia usar o caso do Swansea, que é do País de Gales mas disputa a Premier League inglesa. Andorra, por exemplo, também disputou competições espanholas, nomeadamente a Taça do Rei, mas o seu campeão (o FC Lusitanos no último ano) é que representa o país nas competições europeias.

A questão legal não seria fácil de resolver. A FIFA exige que uma nova seleção só seja aceite se pertencer a um estado independente, reconhecido pela ONU e deve ter uma Liga e uma Taça próprias. Neste ponto a Catalunha cumpriria os requisitos e até já tem uma seleção, mas se o país não fosse aceite na União Europeia os seus jogadores seriam considerados extra-comunitários, o que poderia dificultar transferências.

Quanto às competições europeias, recentemente a UEFA rejeitou a integração dos escoceses Celtic e Glasgow Rangers na Premier League inglesa, pelo que a possibilidade de o Barcelona poder escolher jogar no campeonato espanhol, no catalão ou até mesmo no francês pode não ser muito líquida.

No que diz respeito à comparação com o Mónaco é preciso referir que o principado não tem seleção nacional, nem qualquer inscrição na UEFA. Os casos são claramente diferentes, por isso a solução ideal seria mesmo a criação de uma Superliga europeia, que permitiria que o Barcelona participasse num campeonato supranacional, prescindindo do campeonato catalão.

As alternativas possíveis são tantas, que até há quem sugira a criação de uma liga dos estados ibéricos, que incluise não só o Barcelona e os clubes espanhóis, mas também o F.C. Porto, o Benfica e o Sporting.

Uma coisa é certa: com independência ou não, ninguém quer perder um Barça-Real Madrid.
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