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EUA: gafe sobre violação anima corrida presidencial

Romney tenta distanciar-se, apesar de ser contra o aborto, e Obama aproveita para atacar os republicanos

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A gafe do congressista republicano Todd Akin sobre violação está a animar a corrida presidencial nos Estados Unidos.

O candidato ao Senado norte-americano afirmou no domingo que as mulheres podem evitar a gravidez durante uma violação, defendendo que o aborto deve ser proibido mesmo nestes casos.

Com medo de perder os votos das mulheres, várias figuras do Partido Republicano criticaram estas declarações. Também Mitt Romney se apressou a distanciar-se desta opinião, embora a sua posição anti-aborto se tenha mantido durante a campanha.

«As palavras do congressista sobre a violação são insultuosas, indesculpáveis e, sinceramente, erradas», declarou o candidato republicano às eleições presidenciais de novembro, citado pela AFP.

Se vencer a corrida à Casa Branca, Romney deseja que o Supremo Tribunal norte-americano, cujos membros são nomeados pelo presidente, alterem a lei que tornou o aborto legal. Além disso, o seu candidato a vice-presidente, Paul Ryan, trabalhou com Todd Akin na intenção de dar a um óvulo fertilizado os mesmos direitos legais de uma pessoa, pretendendo a proibição do aborto mesmo em caso de violação ou incesto.

«Tenho uma visão totalmente diferente dele. Todd Akin deve corrigir o que disse», defendeu Romney.

Quem decidiu aproveitar as palavras do congressista para marcar a diferença foi o democrata Barack Obama, que considerou a opinião de Todd Akin «ofensiva». «O que eu penso que esses comentários mostram é por que não devemos ter políticos, a maioria homens, a tomar decisões de saúde em nome das mulheres», afirmou, consolidando a sua posição sobre a legalização do aborto.

O republicano Todd Akin já pediu desculpa pelo que disse, admitindo que utilizou «palavras erradas» e que cometeu um «erro muito grave». No entanto, garantiu que não vai desistir da corrida ao Senado e que ninguém da campanha de Romney o contactou a pedir que se afastasse. «Não sou um desistente», resumiu.

A pressão, no entanto, está a aumentar, e até pela voz do presidente do Comité Nacional Republicano, Reince Priebus. «Se tivesse sido eu, faria a coisa certa e afastar-me-ia», avisou.
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