EUA: Obama «reaparece» e vence segundo debate - TVI

EUA: Obama «reaparece» e vence segundo debate

Presidente mais enérgico e com vantagem na discussão dos temas de política externa. Romney em bom nível, mas com menos argumentos

Relacionados
Não foi uma vitória esmagadora, mas desta vez Barack Obama saiu por cima no segundo debate com Mitt Romney tendo em vista as eleições presidenciais americanas de 6 de novembro. Sondagens realizadas pela CBS e CNN comprovam a ligeira vantagem para o Presidente, que esteve definitivamente mais interveniente do que no primeiro embate, há duas semanas.

Um dos aspetos essenciais foi a forma como a Casa Branca lidou com o ataque terrorista à embaixada norte-americana em Bengazi, na Líbia, a 11 de setembro deste ano. O democrata reagiu contra as acusações de que tinha minimizado o ataque que matou quatro pessoas, incluindo o embaixador Chris Stevens. «Eu sou o presidente e eu sou sempre o responsável», disse Obama, rejeitando críticas a Hillary Clinton.

Romney acusou o Presidente de demorar muito tempo a considerar o ataque como terrorista, mas Obama reagiu rapidamente, explicando que o fez logo no dia seguinte, no jardim das rosas na Casa Branca, o que levou o republicano a gaguejar e até a receber uma reprimenda da moderadora Candy Crowley, jornalista da CNN.

Foi o momento mais tenso do debate, tendo mesmo levado Obama a dizer que as críticas de Romney eram indignas e aconselhou-o a ler a transcrição da sua declaração a 12 de setembro. O republicano hesitou e ouviram-se palmas na audiência quando a jornalista esclareceu que o Presidente falou em ato de terrorismo logo no dia seguinte aos ataques.

Economia e energia

O debate teve lugar na Universidade Hofstra, em Hempstead, Nova Iorque, num formato mais intimista («town hall meeting»), com perguntas a serem dirigidas por alguns dos mais de 80 eleitores indecisos do Condado de Nassau. Ambos os candidatos percorreram o palco para falar diretamente com os autores das questões.

Este segundo debate já introduziu temas de política externa, mas foi a derradeira hipótese para os candidatos esgrimirem argumentos nos assuntos internos. Romney insistiu na política energética e na economia. «A classe média tem sido esmagada ao longo dos últimos quatro anos e os empregos têm sido muito escassos», disse o ex-governador do Massachusetts. «Eu sei o que é preciso para fazer a economia andar. Eu sei o que é preciso para criar bons empregos outra vez», frisou.

Obama acusou repetidamente o opositor de deturpar as suas políticas e ressuscitou a acusação de que as propostas económicas apresentadas por Romney servem para proteger e fortalecer os ricos em detrimento da classe média: «O governador Romney diz que tem um plano de cinco pontos. O governador Romney não tem um plano de cinco pontos, ele tem um plano de um ponto. E esse plano é ter a certeza de que as pessoas no topo tenham um conjunto diferente de regras».

Mas a economia terá sido o plano em que o republicano esteve mais consistente, voltando à carga nas críticas ao aumento do défice, dizendo que Obama quer levar os Estados Unidos para «o caminho da Grécia».

As diferenças ficaram bem vincadas na questão da energia, com Obama a advogar a aposta em energias verdes para além do carvão, do gás natural ou do petróleo, enquanto que Romney vincou a ideia de reforço de aposta no petróleo para menor dependência do exterior.

Houve ainda questões sobre igualdade de género no acesso ao emprego, as diferenças entre Romney e Bush, as expetativas criadas por Obama em 2008, a imigração ou o controlo de armas, mas nesses pontos as diferenças entre os dois candidatos não foram tão vincadas.

O terceiro e último debate realiza-se já na próxima segunda-feira e terá lugar na Universidade Lynn, em Boca Raton, na Flórida. Será moderado por Bob Schieffer, da CBS.
Continue a ler esta notícia

Relacionados