Le Pen e a imigração: «O ébola resolvia isso em três meses» - TVI

Le Pen e a imigração: «O ébola resolvia isso em três meses»

Jean Marie Le Pen com a filha (Reuters)

Histórico líder da extrema-direita francesa e candidato ao Parlamento Europeu aponta solução para a explosão demográfica mundial

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A França está em choque com as declarações polémicas de Jean-Marie Le Pen, para quem o vírus fatal ébola pode ajudar a «resolver» o problema do crescimento demográfico e da imigração. O presidente honorário da Frente Nacional (FN) e atual candidato às eleições europeias falava na terça-feira à noite, em Marselha, durante um evento eleitoral com jornalistas. Le Pen estava acompanhado da filha, Marine Le Pen, hoje presidente da FN, e do presidente da Câmara de Cogolin, Marc-Etienne Lansade.

De acordo com a AFP, o histórico líder da extrema-direita francesa explicava as linhas-mestras do discurso que iria proferir, uma hora mais tarde, perante 1500 pessoas, num comício no Palais de l¿Europe. Ao comentar «a explosão demográfica do mundo» e o risco de a França sofrer um colapso imigratório, Jean-Marie Le Pen disse: «O "senhor" ébola pode ajudar a resolver isso em três meses».

«No nosso país, e em toda a Europa, assistimos a um fenómeno cataclísmico: uma invasão migratória, meus amigos, de que estamos apenas a ver o começo», afirmou ainda Le Pen, dizendo temer que a população francesa seja «substituída por imigrantes» se a Frente Nacional «não chegar depressa ao poder para pôr fim à política de decadência».

Para o presidente honorário da FN, a religião é um fator que agrava o problema, uma vez que muitos imigrantes são muçulmanos e o islão «tem uma vocação dominadora, ainda mais quando eles se sentem fortes e numerosos».

As declarações receberam duras condenações, sobretudo de membros do governo francês. O porta-voz do Eliseu, Stéphane Le Foll, criticou as palavras de Le Pen e salientou que «isto demonstra que a Frente Nacional não mudou».

Sondagens de intenção de voto apontam que a Frente Nacional obterá sucesso nas eleições europeias e será capaz de se tornar um dos principais partidos de França. Em Março, a esquerda francesa, do presidente François Hollande, sofreu uma derrota nas eleições municipais, perdendo assentos em 155 cidades do país.
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