NATO acusa Rússia de «violação flagrante» da soberania ucraniana - TVI

NATO acusa Rússia de «violação flagrante» da soberania ucraniana

Governo de Kiev pede ajuda internacional e pondera adesão à Aliança Atlântica

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A NATO acusa a Rússia de «violação flagrante da soberania e da integridade territorial da Ucrânia», ao realizar operações militares no país vizinho. O secretário-geral da NATO considera que, apesar de Moscovo negar, é cada vez mais evidente que as tropas russas passaram ilegalmente a fronteira, no Leste da Ucrânia. Anders Fogh Rasmussen acrescenta que não se trata de um ato isolado, mas de um padrão perigoso, ao longo de vários meses, para desestabilizar a região. A organização diz que há mais de mil soldados russos a lutar ao lado dos separatistas e divulgou imagens de satélite que mostram blindados do exército de Moscovo no interior da Ucrânia.

«Apesar dos desmentidos vazios de Moscovo, tornou-se evidente que tropas e equipamento russos atravessaram ilegalmente a fronteira e entraram no Leste e no Sudeste da Ucrânia. Não é uma ação isolada, integra-se num padrão perigoso desenvolvido ao longo de meses com o objetivo de desestabilizar a Ucrânia enquanto nação soberana», lê-se no comunicado de Anders Fogh Rasmussen, publicado no final de uma reunião extraordinária da Comissão NATO-Ucrânia, o órgão que gere a cooperação entre a Aliança Atlântica e a Ucrânia.

De acordo com a BBC News, o secretário-geral da NATO manteve esta sexta-feira a porta aberta para a Ucrânia, caso o país pretenda aderir à Aliança Atlântica, depois de Kiev ter anunciado querer relançar o processo de adesão. Na reunião de emergência dos embaixadores dos países-membros, em Bruxelas, Rasmussen declarou que «não pretendia interferir nas discussões políticas ucranianas», mas lembrou a decisão que a NATO tomou na cimeira de Bucareste em 2008. No texto final dessa cimeira, lê-se que os Estados-membros concordaram que a Ucrânia e a Geórgia «serão membros da NATO».

O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, pediu ajuda internacional e anunciou, esta sexta-feira, que vai submeter ao Parlamento uma proposta no sentido de solicitar a adesão à NATO, sublinhando também que a política externa ucraniana tem como objetivo a integração na União Europeia.

Em abril de 2008, na cimeira de Bucareste, os dirigentes dos Estados-membros da NATO concordaram que a Ucrânia tinha condições para integrar a Aliança Atlântica. Mas, em 2010, o governo pró-russo do ex-presidente Viktor Ianukovich, renunciou a esse objetivo, apesar de manter a cooperação com a organização.

Esta semana, Iatseniuk indicou que a Ucrânia esperava «decisões cruciais» durante a cimeira da NATO, que vai decorrer nas próximas quinta e sexta-feira, em Newport, no Reino Unido.

Casa Branca ameaça Rússia com mais sanções

O Presidente russo Vladmir Putin continua a negar a invasão da Ucrânia e acusa o Governo de Kiev de usar práticas nazis. Os Estados Unidos avisaram, esta sexta-feira, que tais declarações de Moscovo não são dignas de credibilidade e colocam a Rússia na iminência de sofrer mais sanções económicas, noticia a Reuters.

«Essa negação não tem qualquer credibilidade», disse o porta-voz da Casa Branca aos jornalistas. «Isso coloca a Rússia sob risco de enfrentar sanções económicas adicionais que podem ser impostos pelos Estados Unidos em parceria com os nossos aliados», acrescentou John Earnest.

França aponta «intervenção inaceitável» de Moscovo

Laurent Fabius disse, esta sexta-feira, que a França dispõe de evidências de intervenção «inaceitável» das tropas russas no Leste da Ucrânia. Em entrevista à estação de televisão France 24, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros avisou também que a União Europeia poderá reforçar as sanções à Rússia se Moscovo não mudar rapidamente de comportamento.

«Quando um país envia forças militares para outro país sem o consentimento e contra a vontade de um outro país, isso chama-se uma intervenção e é claramente inaceitável»,
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