Nobel da Paz: norte-americano, egípcia e russa são os favoritos - TVI

Nobel da Paz: norte-americano, egípcia e russa são os favoritos

Nobel da Paz entregue pela primeira vez a três mulheres

Prémio será anunciado esta sexta-feira em Oslo

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O filósofo norte-americano Gene Sharp, a egípcia Maggie Gobran e a ativista russa Svetlana Gánushkina lideram a lista dos favoritos ao Nobel da Paz 2012, que será anunciado na sexta-feira em Oslo, noticia a Lusa.

Gene Sharp, um teórico da não violência e fundador do Instituto Albert Einstein, teve grande influência em movimentos de todo o mundo, nomeadamente na «Primavera Árabe».

Já no ano passado estava entre os favoritos, mas contra si pode jogar o facto de há duas semanas a fundação Right Livelihood Award lhe ter atribuído o chamado Nobel Alternativo.

O mesmo acontece com Sima Samar, a ex-relatora da ONU para o Sudão e ex-ministra da Mulher no Afeganistão, agora presidente da Comissão Afegã Independente dos Direitos Humanos (AIHRC) e que há anos é referida como aspirante ao Nobel da Paz.

Em Oslo fala-se muito de Maggie Brown, uma copta egípcia, fundadora da organização nao-governametal «Stephens Children» e considerada pela minoria cristã do seu país como uma espécie de «madre Teresa», a missionária que recebeu o Nobel da Paz em 1979.

Nos primeiros lugares aparece também Svetlana Gánushkina, fundadora da organização de direitos humanos russa Memorial, que pode no entanto ser prejudicada por o secretário do comité Nobel norueguês, o ex-primeiro-ministro Thorbjørn Jagland, liderar também o Conselho da Europa, não lhe interessando por isso incompatibilizar-se com a Rússia.

Na mesma situação estão o ativista Serguéi Kovaliov e a advogada chechena Lidia Yusúpova, que, tal como a ativista chinesa Rebiya Kadeer, tem a seu favor o facto de ter recebido o prémio de direitos humanos da fundação norueguesa Rafto.

Outros laureados com o Rafto, como a birmanesa Aung San Suu Kyi, o ex-presidente de Timor-Leste José Ramos Horta, o coreano Kim Dae-Jung ou a advogada iraniana Shirin Ebadi foram anos depois premiados com o Nobel da Paz.

O dissidente cubano Óscar Elías Biscet, o filantropo paquistanês Abdul Sattar Edhi, o ativista turco Ragip Zarakolu, a indiana Anna Hazare, a emissora Democratic Voice of Burma e o soldado Bradley Manning, que passou documentos secretos norte-americanos à WikiLeaks também são referidos como possíveis candidatos ao Nobel da Paz.

A própria WikiLeaks e o seu fundador, Julian Assange, estão entre os favoritos, assim como o vice-Presidente do Equador, Lenín Moreno, o venezuelano José Antonio Abreu, o ex-diretor-general da UNESCO Federico Mayor Zaragoza, a Fundação Vicente Ferrer ou as «Abuelas de la Plaza de Mayo».

O nome dos candidatos - que podem ser propostos por professores catedráticos em Direito ou Ciências Políticas, deputados ou antigos laureados - só é conhecido se os proponentes o divulgarem.

O Comité Nobel só difunde a lista ao fim de 50 anos, confirmando apenas o número de candidatos, que este ano é de 231, entre os quais 43 organizações.

Para este ano, sabe-se que figuram na lista o bielorrusso Ales Beljatskij, a tunisina Lina Ben Mhenni, o canal de televisão Al Jazeera, o congolês Denis Mukwege, o nigeriano John Onaiyekan, a somali Hawa Abdi, a Human Rights Watch, a Campanha para o Control de Armas, a UE e o ex-chanceler alemão Helmut Kohl, entre outros.

O Nobel da Paz sempre envolveu alguma polémica, o que aumentou consideravelmente desde que, há quatro anos, Thorbjørn Jagland assumiu a liderança do comité Nobel, com decisões muito controversas como a atribuição do prémio ao Presidente norte-americano Barack Obama em 2009.

A decisão final do comité Nobel será conhecida na sexta-feira, às 11:00 (10:00 em Lisboa), numa conferência de imprensa desde Oslo e que será transmitida em direto através da Internet em www.nobelprize.org.

O Nobel da Paz é o único que se anuncia e entrega fora de Estocolmo, por decisão expressa do fundador dos prémios.
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