Novo Comissário Europeu é antiaborto, antigay e antidivórcio - TVI

Novo Comissário Europeu é antiaborto, antigay e antidivórcio

Tonio Borg

Maltês Tonio Borg eleito por margem mínima. Conservador, é criticado pela esquerda

O maltês Tonio Borg foi eleito esta quarta-feira como novo comissário europeu da Saúde e Defesa do Consumidor, substituindo John Dalli na Comissão liderada por Durão Barroso. A sua candidatura foi aprovada em plenário por 386 votos a favor, 281 contra e 28 abstenções (voto secreto), uma margem que reflete a divisão existente no Parlamento em relação a este político

A pedido de vários eurodeputados, Borg garantiu por escrito que honrará os compromissos assumidos em relação à Carta dos Direitos Fundamentais da UE, à legislação sobre o tabaco e aos direitos das mulheres e pessoas LGBT.

Nos últimos dias, os grupos ALDE, Verdes/ALE e CEUE/EVN declararam que não iriam apoiar a nomeação de Borg, devido às suas visões sobre o divórcio, os homossexuais e os gays. Ainda há cerca de um ano e meio participou na campanha no seu país contra a legalização do divórcio e não esconde as suas posições sobre o casamento entre homossexuais, que é frontalmente contra. Malta era até então o único país da União Europeia que não contemplava o divórcio.

Em 2005, Borg escreveu sobre o aborto a propósito de uma campanha que propunha a proibição da interrupção voluntária da gravidez: «O abominável crime da pedofilia é punido com prisão em todo o lado. Por outro lado, a maioria desses países permitem o aborto». Tentou, inclusivamente, que ficasse inscrito na Constuição essa proibição.

Para a esquerda parlamentar, o apoio a Borg responde «ao pragmatismo da direita europeia, que quando não lhe interessa é capaz de por de lado os seus princípios sem qualquer problema», disse a deputada do PSOE María Muñiz, que fala em posições «homofóbicas» do comissário.

José Gusmão, do Bloco de Esquerda, também reagiu na sua página no Facebook: «O Parlamento Europeu acabou de eleger para a Comissão Europeia um novo membro, conhecido pelas suas posições sexistas e homofóbicas. Se era possível degradar ainda mais este organismo, hoje isso foi conseguido. Foi, pelo menos, contestada. O Comissário Borg foi eleito com 55% dos votos, a menor percentagem de sempre...»
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