Papa: «Como eu gostaria de uma Igreja pobre para os pobres» - TVI

Papa: «Como eu gostaria de uma Igreja pobre para os pobres»

Primeiro encontro de Francisco com a imprensa mundial cheio de revelações

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O Papa Francisco desejou, este sábado, «uma igreja pobre para os pobres» e explicou, num encontro com jornalistas, que escolheu o nome de São Francisco de Assis porque este era «um homem da pobreza e um homem da paz».

«Como eu gostaria de uma Igreja pobre, para os pobres», disse o Papa a centenas de jornalistas de todo o mundo hoje recebidos no Vaticano.

O novo líder da Igreja Católica explicara antes porque decidira chamar-se Francisco, fazendo referência a São Francisco de Assis, o santo dos pobres.

«Francisco é o nome da paz, e foi assim que esse nome entrou no meu coração», contou.

«Durante a eleição, eu estava ao lado do arcebispo [emérito] de São Paulo Cláudio Hummes, um grande amigo (...). Quando as coisas ficaram perigosas, ele reconfortou-me. Quando os votos atingiram os dois terços, ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: Não te esqueças dos pobres», contou o Papa aos jornalistas.

«Imediatamente, em relação com os pobres, eu pensei em Francisco de Assis», explicou, acrescentando que, para si, aquele santo é «um homem da pobreza, um homem da paz, um homem que amava e protegia a criação». «Neste momento, as nossas relações com a criação não vão muito bem.»

Antes de explicar a escolha do seu nome, o pontífice agradeceu aos meios de comunicação pelo seu trabalho nestes dias e falou sobre a dificuldade de informar sobre os eventos da Igreja, já que «não são uma categoria mundana e por isso não são fáceis de comunicar a um público vasto e heterogéneo».

Francisco acrescentou que a comunicação deve basear-se na busca da «verdade, da bondade e da beleza», tal como faz a Igreja.

O cardeal argentino jesuíta Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, foi eleito Papa na quarta-feira num conclave que reuniu 115 cardeais em Roma, assumindo o nome de Francisco.

Francisco sucede a Bento XVI e é o 266.º Papa da Igreja Católica.

Argentina Cristina Kirchner será a primeira chefe de Estado a ser recebida

O Papa, que até à sua eleição era o arcebispo de Buenos Aires, recebe na segunda-feira a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, informou o gabinete de imprensa do Vaticano.

A audiência com Kirchner será a primeira que o Papa terá com um Chefe de Estado e decorrerá na Casa de Santa Marta, onde se encontra alojado, já que ainda não se instalou no palácio apostólico.

A presidente argentina viajará para Roma para assistir à missa de entronização do pontífice, prevista para 19 de março, e na qual são esperados cerca de 150 chefes de Estado e de Governo.

Os media argentinos recordaram nos últimos dias a relação do ex-arcebispo de Buenos Aires com a presidente argentina, que terá sido tensa, sobretudo durante a discussão sobre a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Numa das suas últimas críticas a Cristina Kirchner, o então arcebispo de Buenos Aires chamou, numa carta, a atenção para a «destruição do trabalho digno, para as emigrações dolorosas e para a falta de futuro» no país.

No dia da eleição do Papa, Cristina Kirchner desejou-lhe uma «função pastoral frutuosa».

«Como condutor e guia da Igreja desejamos-lhe uma tarefa pastoral frutuosa no exercício de tão grandes responsabilidades na busca da justiça, da igualdade, da fraternidade e da paz da humanidade», referia uma curta mensagem da presidente argentina, que se afirma católica praticante.
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