Produtos tóxicos em roupa infantil de marcas conhecidas - TVI

Produtos tóxicos em roupa infantil de marcas conhecidas

Adidas

Análises mostraram que 61% das peças continham nolilfenol, um grupo de químicos que causam perturbações hormonais

Notícia atualizada às 13:42

A associação ambientalista Greenpeace denunciou ter encontrado produtos tóxicos nocivos à saúde em roupa infantil de várias marcas internacionais vendidas em 25 países, como a Adidas, a Burberry, a Disney, a Primark ou a Nike.

A organização analisou 82 peças para crianças, desde camisas a sapatos e fatos de banho, de um conjunto de marcas que também inclui a H&M, a Puma, a American Apparel, a GAP, a Uniglo ou a Li-Ning.

De acordo com o relatório apresentado esta terça-feira e citado pela Lusa, as análises da Greenpeace mostraram que 61% das peças continham nolilfenol, um grupo de químicos que causam perturbações hormonais, como avançou à agência de notícias espanhola Efe a responsável da campanha de tóxicos da Greenpeace Ásia oriental, Ann Lee.

A ambientalista acrescentou ainda que mais de 94% das peças analisadas continham ftalatos, utilizado habitualmente na indústria têxtil como suavizante e conhecido como uma substância tóxica que afeta o processo reprodutivo dos mamíferos.

Apesar do perigo que representa o contacto com estes químicos, desconhece-se, para já, qual é a consequência direta para uma criança que vista a roupa afetada.

Os produtos analisados pela Greenpeace foram adquiridos entre maio e junho do ano passado em lojas oficiais das marcas situadas em países como a Espanha, a Itália, os Estados Unidos, a Colômbia, o México e a Argentina, e foram fabricados em 12 Estados.

A organização conseguiu, no entanto, verificar que um terço da produção proveio da China, país que a Greenpeace defende ser o primeiro a ver a sua exportação bloqueada.

Reação da Adidas

A empresa de vestuário desportivo Adidas Internacional garantiu à Lusa que os níveis de produtos classificados como tóxicos encontrados pela organização ambientalista Greenpeace em roupas infantis daquela marca satisfazem os limites legais e são inofensivos.

«Os resultados e as concentrações nomeadas satisfazem plenamente as exigências legais e, portanto, não causam riscos para a saúde», afirmou à Lusa uma porta-voz do grupo internacional, Silvia Raccagni.

«Verificámos cuidadosamente os resultados do mais recente relatório da Greenpeace», disse a responsável da Adidas, referindo que o documento classificava como excessiva a concentração de ácido perfluorooctanóico (PFOA) nos fatos de banho infantis da Adidas.

Apesar de admitir que os resultados divulgados pela Greenpeace são«¿uma oportunidade de verificar novamente os materiais por um instituto independente», a porta-voz da Adidas garantiu que o uso do produto não provoca riscos para a saúde.

«O produto foi totalmente testado e cumpre todos os requisitos jurídicos internacionais aplicáveis», afirmou.

Ainda assim, a marca tem como objetivo retirar todos os componentes desta substância química das roupas produzidas pela Adidas «até 1 de janeiro de 2015», tendo «eliminado a utilização destes componentes na coleção outono/inverno de 2014».

Reação da H&M

A H&M garantiu que a roupa de criança comercializada com a sua marca cumpre as regras da União Europeia.

A cadeia sueca salienta que «os níveis de PFC [compostos perfluorados] que a Greenpeace diz ter encontrado nos produtos da H&M testados, (...) não violam quaisquer limites da União Europeia».

A H&M pediu a um laboratório independente para testar os mesmos produtos e «foram encontrados níveis mais baixos da substância».

A multinacional de moda, que tem várias lojas em Portugal, acrescenta que proibiu a utilização de PFC em todas as suas encomendas a partir de janeiro de 2013.
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