Sobrinho de líder da Coreia do Norte diz que tio é um «ditador»

Dizer que Kim Jong-un é um ditador não é notícia. A menos que quem o diga seja familiar do líder da Coreia do Norte. E foi isso mesmo que aconteceu durante uma entrevista de um sobrinho de Jong-un a uma televisão finlandesa.

Kim Han-sol, de 17 anos, que estuda na Bósnia e não tem relações com o resto da família, fez uma rara aparição televisiva, numa entrevista dada à antiga sub-secretária-geral da ONU, Elisabeth Rehn, na qual disse que gostaria de um dia ajudar o povo do seu país.

Apesar desta intenção, Han-sol, nascido em Pyongyang em 1995, tem passado os últimos anos em Macau, China e Bósnia, depois do seu pai, Kim Jong-nam (outrora o mais provável sucessor de Kim Jong-il) ter caído em desgraça.

Estava-se no ano de 2001, quando o filho do então «Querido Líder» norte-coreano foi apanhado a tentar entrar no Japão com um passaporte falso. Confessaria depois que o objetivo era visitar a Disneyland de Tóquio.

Durante a entrevista à televisão finlandesa, o jovem - que caso o pai não tivesse cometido este «crime» aos olhos do regime estaria a preparar-se para o «trono» de Pyongyang - disse que não sabe como é que o seu tio se «tornou um ditador». «Isso foi entre ele o meu avô», afirmou.

Apesar de ser difícil um regresso à Coreia do Norte, Kim Han-sol acalenta essa ambição. «Sempre sonhei que um dia regressaria e tornaria as coisas melhor e mais fáceis para as pessoas que vivem lá», disse, numa entrevista conduzida em inglês, em que é fluente.

Sobre o avô, lamentou nunca o ter conhecido. «Eu estava à espera dele até ele ter morrido, esperando que ele me descobrisse, porque eu não sabia se ele tinha consciência que eu existia».