Também houve heróis entre a tripulação do ferry naufragado - TVI

Também houve heróis entre a tripulação do ferry naufragado

Relatos de quem ficou para trás a ajudar

A tragédia do ferry que naufragou na Coreia do Sul motivou reações violentas de crítica à tripulação do barco, acusada de ter falhado no resgate dos passageiros, muitos dos quais continuam desaparecidos. Mas agora começam a emergir histórias heróicas de membros da tripulação que ficaram até ao fim para ajudar quem ficou preso, na maioria estudantes do secundário.

As condições eram muito difíceis, com o barco a adornar rapidamente, dificultando muito a movimentação. Nessas circunstâncias, houve quem cedesse o seu próprio colete salva-vidas. Ou quem ficasse para trás, a tentar ajudar mais gente.

Foi o caso de uma jovem de 22 anos, Park Ji-young, que se recusou a sair com um grupo de jovens que tinha ajudado a sair, dizendo que o trabalho dela era ficar até toda a gente estar a salvo, relata a agência sul-coreana Yonhap. Foi um dos primeiros corpos resgatados, num acidente que já tem 108 mortes confirmadas, continuando 197 pessoas desaparecidas. Pelo menos sete dos 29 membros da tripulação estão entre os mortos ou desaparecidos, segundo contas do jornal «Independent».

Koo Bon-hee, um dos passageiros, contou também à Associated Press que não havia coletes para todos no terceiro andar e que dois homens e duas mulheres da tripulação abdicaram dos seus Ahn So-hyun, mulher de um dos tripulantes que continua desaparecido, revela que as suas últimas palavras foram «Vou salvar os miúdos.»

E Oh Yong-seok, piloto de 57 anos, contou como trabalhou, junto com outros quatro membros, a partir de um barco, partindo janelas do ferry e puxando pessoas que estavam presas nas cabinas. Também contou, relata o «Independent», que um imediato, que está entre os membros da tripulação detidos, ao lado do comandante, usou o seu conhecimento sobre a planta do barco para orientar as equipas de resgate. Também garante que ficaram no local até serem mandados embora por um oficial que julga ser da guarda costeira.

Os motivos do naufrágio, o comportamento do comandante e a forma como foi orientado o resgate estão a ser investigados, com muitas dúvidas sobre os primeiros momentos que se seguiram à colisão fatal. Os passageiros terão nomeadamente recebido instruções para ficarem sentados.
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