Ucrânia garante que não vai enviar tropas para a Crimeia - TVI

Ucrânia garante que não vai enviar tropas para a Crimeia

Ministro da Defesa diz que não está previsto qualquer destacamento. Putin voltou a falar ao telefone com Merkel e Cameron

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O ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniuj, assegurou este domingo que não pretende enviar tropas para a república autónoma ucraniana da Crimeia, território que está na prática sob domínio de forças pró-russas.

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«Não estava, nem está previsto qualquer movimento ou destacamento das forças armadas [ucranianas] para a Crimeia. As forças estão a realizar a sua rotina», afirmou Igor Teniuj, numa sessão do Governo de Kiev, citado pela agência Interfax.

Segundo explicou o ministro, o exército ucraniano realiza manobras de rotina para verificar a sua capacidade de combate, e como tal podem ocorrer possíveis movimentações de algumas unidades a polígonos (terreno destinado ao exercício de tiro e manobras da artilharia).

O Kremlin anunciou, entretanto, que o presidente russo, Vladimir Putin, discutiu a crise na Ucrânia e o referendo na Crimeia em conversas telefónicas com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Os dirigentes «trocaram pontos de vista sobre os esforços possíveis da comunidade internacional para regularizar» a situação na Ucrânia, esclareceu o Kremlin, em comunicado hoje emitido e noticiado pela AFP.

Em entrevista à BBC, o secretário de Estado britânico dos Negócios Estrangeiros afirmou que a incursão russa na Crimeia é um «erro de cálculo grave» e Moscovo poderá deparar-se com consequências económicas de grande dimensão, a menos que seja encontrada uma solução diplomática.

William Hague alertou que os países europeus poderão deixar de se abastecer com gás russo e passar a fazê-lo com os Estados Unidos ou qualquer outro lugar, como forma de protesto contra as ações de Moscovo.

O responsável afirmou ainda que o referendo sobre a reunificação com a Rússia, convocado pela Crimeia para 16 de março, surgiu «ridiculamente rápido».

Entretanto, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, vai deslocar-se aos Estados Unidos esta semana por causa da crise na Crimeia.

«A reunião do Governo [ucraniano] na próxima quarta-feira vai ser dirigida por Vitali Yarema [primeiro vice-primeiro-ministro] porque eu vou viajar para os Estados Unidos para manter contactos de alto nível» com o objetivo de estabilizar a situação na Ucrânia, disse Yatseniuk, ao inaugurar hoje um Conselho de Ministros extraordinário.

Antes do encontro, Yatseniuk participou numa homenagem frente ao monumento de Taras Shevchenko, poeta e herói ucraniano, por ocasião dos 200 anos do seu nascimento.
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