Ruhollah Zam, jornalista iraniano, foi condenado à pena de morte, esta terça-feira, no Irão, por “corrupção na terra”, um dos crimes mais graves no país.
Zam geria o site Amadnews, uma popular plataforma de informação anti-governamental, que o Irão acusa de ter incentivado aos protestos de 2017-2018.
Administrava também uma conta na rede social Telegram, plataforma idêntica ao Whatsapp, na qual divulgou mensagens sobre os protestos em 2017 e partilhou vídeos das manifestações.
O jornalista iraniano vivia e trabalhava no exílio, em Paris, antes de ser convencido a voltar ao Irão, onde foi preso em outubro de 2019. Posteriormente, Zam apareceu na televisão iraniana admitindo os seus erros e pedindo desculpas pelas suas atividades realizadas no passado.
O Irão acusa ainda Ruhollah Zam de trabalhar para os serviços secretos norte-americanos, franceses e israelitas, que, segundo a sua acusação, lhe garantiam proteção.
A República Islâmica do Irão é um dos casos mais flagrantes de repressão aos jornalistas. Desde 1979, com a chegada do Aiatola Khomeni ao poder, depois de 14 anos no exílio, o país já prendeu ou executou, pelo menos, 860 jornalistas, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras.