"Morte à América, morte a Israel". Nas ruas de Teerão chora-se a morte do general Soleimani - TVI

"Morte à América, morte a Israel". Nas ruas de Teerão chora-se a morte do general Soleimani

  • BC
  • 6 jan 2020, 10:44

Dezenas de milhares de iranianos concentraram-se na capital do Irão. O 'ayatollah' Ali Khamenei preside esta segunda-feira a uma oração em homenagem ao general que foi morto na sexta-feira pelos EUA, numa operação no Iraque

Dezenas de milhares de iranianos estão hoje concentrados no centro de Teerão, "vestido" de negro, para homenagear o general Qassem Soleimani, morto na sexta-feira num ataque aéreo dos Estados Unidos no Iraque.

Com imagens do seu herói sorridente nas mãos, os iranianos concentraram-se antes das 08:00 (04:30 em Lisboa) junto à Universidade de Teerão, onde o guia supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, preside a uma oração em homenagem ao soldado mais popular do Irão.

A multidão, concentrada junto à universidade e ao longo de vários quilómetros, pelas avenidas Enghelab ("revolução") e Azadi ("liberdade"), empunha também bandeiras vermelhas, da cor do sangue dos "mártires", ou iranianas, mas também libanesas ou iraquianas.

Nas ruas ouvem-se palavras de ordem como: "Morte à América", "Morte a Israel".

Numa referência ao general Soleimani e aos outros iranianos que morreram no ataque norte-americano, a televisão estatal está a transmitir imagens em direto de vistas aéreas da capital, ao mesmo tempo que afirma, em título, "ressurreição sem precedentes da capital iraniana para receber Haj Qassem e os mártires da resistência".

O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

Líder supremo iraniano chora próximo do caixão

O líder supremo do Irão, ‘ayatollah’ Ali Khamenei, orou e chorou hoje próximo dos caixões do general Qassem Soleimani e de outros mortos no ataque norte-americano em Bagdad na sexta-feira, durante as cerimónias fúnebres em Teerão.

Khamenei, que tinha um relacionamento próximo com Soleimani, chorou durante as tradicionais orações muçulmanas pelos mortos.

O sucessor de Soleimani na força de elite iraniana Al-Quds, Esmail Ghaani, ficou ao lado de Ali Khamenei, assim como o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, e outros líderes da República Islâmica durante as cerimónias fúnebres.

Centenas de milhares de pessoas presentes no ato fúnebre também choraram a morte do general iraniano.

A filha de Qassem Soleimani, Zeinab, ameaçou diretamente um ataque às forças armadas dos EUA no Médio Oriente enquanto falava diante de multidão em Teerão.

As famílias dos soldados norte-americanos no oeste da Ásia (…) passam o dia esperando a morte de seus filhos", disse Zeinab.

A TV estatal iraniana falou numa multidão de “milhões” de pessoas, embora esse número não possa ser verificado.

O líder do grupo militante palestino Hamas, Ismail Haniyeh, está em Teerão e assistiu também às cerimónias fúnebres de Soleimani.

Ismail Haniyeh, num discurso aos iranianos, descreveu o general Qassem Soleimani, como “o mártir de Jerusalém”.

O responsável do Hamas prometeu que grupos militantes palestinianos - incluindo o seu grupo, que controla a Faixa de Gaza -, seguirão o caminho de Soleimani “para confrontar o projeto sionista e a influência norte-americana”.

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