O presidente iraniano, Hasan Rohani, culpa os Estados Unidos pelos “incidentes e tensões” no Golfo Pérsico, sublinhando que a presença de forças externas naquela região não contribui para a segurança.
Os desagradáveis incidentes e as tensões na região devem-se à saída unilateral dos Estados Unidos do Plano Integral de Ação Conjunta Global [JCPOA, na sigla em inglês]”, disse hoje, num comunicado citado pela agência EFE.
No documento, o governante sublinhou ainda que o Irão “nunca iniciou tensões com outros países”.
Neste sentido, Hasan Rohani defendeu que a presença de forças estrangeiras no Golfo do Pérsico “não só não contribui para a segurança, como também é a principal causa das tensões na região”.
Em 1 de julho, o Irão reconheceu ter excedido o limite de reservas de 300 quilos de urânio enriquecido previsto no JCPOA assinado em julho de 2015 com as principais potências mundiais, no seu primeiro grande desafio ao acordo e um ano após a retirada unilateral dos Estados Unidos deste plano de ação.
O regresso das sanções norte-americanas após a retirada unilateral do JCPOA decidida por Donald Trump em maio de 2018 implicou um quase total isolamento do Irão do sistema financeiro internacional, para além de perder a quase totalidade dos países que adquiriam o seu petróleo.
Desde então, o Golfo do Pérsico tem sido cenário de vários ataques a petroleiros.
O Irão vem ameaçando retomar a suas atividades de enriquecimento de urânio a um nível superior ao limite máximo fixado pelo acordo e relançar o seu projeto de construção de um reator de água pesada em Arak (centro), caso os outros Estados que ainda integram o acordo (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia) não ajudem Teerão a contornar as sanções dos Estados Unidos.