Mossul: França tem uma palavra a dizer - TVI

Mossul: França tem uma palavra a dizer

Mossul

Paris acolheu uma reunião para a gestão humanitária e a reconstrução de Mossul, presidida pelos chefes da diplomacia francesa e iraquiana

"Está a avançar mais rápido do que previsto", assim descreveu Haidar al-Abadi, primeiro-ministro iraquiano, a ofensiva para reconquistar Mossul ao autoproclamado Estado Islâmico (EI). 

Com os Estados Unidos a liderarem o apoio aéreo da coligação internacional às investidas no terreno, mais duas aldeias recaíram esta quinta-feira sob controlo do exército iraquiano, que tem sido auxiliado por forças curdas e milícias xiitas na batalha contra a organização terrorista.

Do outro lado do mundo, em França, a capital Paris acolheu uma reunião para a gestão humanitária e a reconstrução de Mossul, segunda maior cidade do Iraque. Um encontro de ministros dos negócios estrangeiros e representantes de 23 países (como Estados Unidos, Iraque, Irão ou Arábia Saudita), da União Europeia, das Nações Unidas e da Liga Árabe. Jean-Marc Ayrault, chefe da diplomacia francesa, co-presidiu a reunião com Ibrahim al-Jafaari, seu homólogo iraquiano, destinada a preparar "o dia de amanhã em Mossul, para benefício dos seus habitantes".

O encontro serviu para passar a mensagem clara de que França pretende um papel de destaque, sobretudo no plano humanitário. Mais concretamente, garantir a proteção dos civis, fornecer ajuda humanitária e assegurar um plano de estabilização para a cidade e para a região.

Do ponto de vista militar, apesar de ser um dos membros da coligação internacional contra o EI, França apenas assegurou 5% dos ataques aéreos contra os radicais islâmicos, em oposição aos mais de 80% assegurados pelos norte-americanos. A tática da diplomacia francesa deverá também passar pela monitorização dos terroristas que fogem de Mossul, como ficou provado pelas declarações do presidente François Hollande, na abertura da reunião.

Devemos ser exemplares no plano da perseguição dos terroristas que já abandonam Mossul para chegar a Raqqa", disse Hollande esta quinta-feira no início do encontro.

De resto, as palavras de Jean-Mar Ayrault ao longo desta quinta-feira vão de encontro aos receios de crise humanitária já manifestados pelas Nações Unidas. Stephen O'Brien, vice-secretário geral da organização para os assuntos humanitários, mostrou-se "extremamente preocupado pela segurança do milhão e meio de pessoas que vivem em Mossul e podem ser afetadas pelas operações militares". Apesar dos contributos de alguns países, O'Brien admitiu que o financiamento disponível não é suficiente para "o pior dos cenários". E o pior dos cenários pode precisamente passar por um número de deslocados que atinge o milhão de pessoas, segundo as estimativas.

Desde 2015, França disponibilizou 23 milhões de euros para ajuda humanitária no Iraque. No próximo dia 25 de outubro, Paris volta a acolher um novo encontro que reúne cerca de 30 países da coligação internacional formada para combater o EI.

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