Antiga oficial nazi foge de lar no dia em que começava a ser julgada - TVI

Antiga oficial nazi foge de lar no dia em que começava a ser julgada

Irmgard Furchner fugiu de táxi do lar de idosos onde estava

Uma antiga oficial de um campo de concentração alemão está em fuga à justiça, depois de não ter comparecido para uma audiência em que devia ser julgada pelos crimes que terá cometido durante a Segunda Guerra Mundial. Irmgard Furchner, de 96 anos, tinha o início do julgamento marcado para esta quinta-feira, mas acabou por não aparecer, o que levou o juiz a considerá-la como "fugitiva".

A alemã é uma antiga funcionária das SS, uma das forças militarizadas utilizadas por Adolf Hitler. Serviu no campo de concentração de Stutthof, perto de Itzehoe, entre os anos de 1943 e 1945.

A acusada "deixou o lar (de idosos) durante a manhã, apanhou um táxi" e desapareceu, disse a porta-voz do tribunal de Itzehoe, Frederike Milhoffer. A mulher vivia perto de Hamburgo, cidade de onde terá saído de metropolitano, sendo o último paradeiro conhecido.

O lugar vazio onde se devia sentar Irmgard Furchner

A mulher é acusada de mais de 11 mil casos de homicídio assistido e de várias tentativas de homicídio.

Escreve a imprensa alemã que este poderá ser o último julgamento sobre crimes nazis na Alemanha. À altura dos crimes, Irmgard Furchner tinha 18 e 19 anos.

Apesar da sua idade avançada, a alemã deverá ser julgada num tribunal de menores por ser menor de 21 anos na época dos crimes.

No campo de concentração de Stutthof morreram 65 mil pessoas, muitas delas de religião judaica. Vários prisioneiros morreram de malnutrição, ainda que o campo também tivesse câmaras de gás e outros meios.

O caso contra Furchner baseia-se no precedente legal alemão estabelecido em casos julgados ao longo da última década de que qualquer pessoa que tenha ajudado a manter os campos de extermínio e de concentração nazi a funcionar pode ser processada como cúmplice dos assassínios cometidos ali, mesmo sem evidências de participação num crime específico.

Os procuradores argumentam que a idosa fazia parte do aparelho que ajudou o campo de concentração nazi a funcionar durante a Segunda Guerra Mundial, há mais de 75 anos.

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