Francesa com cara transplantada morreu onze anos depois - TVI

Francesa com cara transplantada morreu onze anos depois

Isabelle Dinoire - Primeiro transplante de rosto

Isabelle Dinoire foi a primeira pessoa no mundo a receber um transplante do rosto, após ter sido desfigurada pela sua cadela. Onze anos depois, sucumbiu a dois cancros, que se terão desenvolvido devido a debilidades criadas pela medicação

Tudo menos um mar de rosas, os últimos onze anos de vida da francesa Isabelle Dinoire. Tinha 49 anos e morreu no dia 22 de abril. Só agora foi comunicado que a primeira pessoa no mundo a receber um transplante parcial do rosto, afinal não sobreviveu além das sequelas que o tratamento inevitavelmente acarretou.

Há onze anos, Dinoire ficou brutalmente desfigurada após ser atacada pela sua cadela Tania. As imagens da cara desfeita correram mundo, após a cirurgia de reconstituição, levada a cabo por uma vasta equipa, liderada pelos médicos Bernard Devauchelle e Jean-Michel Dubernard.

No hospital de Amiens, no norte de França, os cirugiões deram-lhe um novo nariz, queixo e lábios, retirados de uma dadora em morte cerebral. Uma cara nova, que mostrou ao mundo em Maio de 2006.

Um sorriso apagado

Desde a operação a Isabelle Dinoire, mais de 30 intervenções semelhantes foram realizadas em todo o mundo.

Na altura, a alegria de Isabelle era a marca de um sucesso. Talvez que precipitado, visto hoje.

Desde o dia da operação, tenho uma cara como toda a gente. Posso abrir a boca e comer", dizia então Isabelle.

A felicidade, contudo, apagou-se, tal como o sorriso que mostrou após a reconstituição, no inverno passado. Segundo o jornal francês Le Figaro, nessa altura, o seu corpo registou um processo de rejeição face à transplantação. Isabelle perdeu também parte da mobilidade nos seus lábios.

Segundo o jornal, são frequentes os casos de rejeição aos tecidos transplantados. No caso, os duros tratamentos a que se submeteu e que teve de manter para continuar viva terão favorecido o aparecimento de dois cancros. Isabelle não resistiu mais do que onze anos.

 

 

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