Sotloff, de 31 anos, foi o segundo jornalista a ser decapitado pelo grupo que também assassinou James Foley e que ameaça agora matar o jornalista britânico David Haines.
De acordo com o «The Guardian», a revelação da cidadania israelita do jornalista foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores do país esta quarta-feira de manhã. Num breve tweet, Paul Hirschson, porta-voz do ministério, confirmou a nacionalidade do jornalista.
Cleared for publication: Steven Satloff was #Israel citizen RIP
¿ Paul Hirschson (@paulhirschson) 3 setembro 2014
Poucas horas depois, os EUA confirmaram que o vídeo era genuíno e Obama afirmou que o país não se sentiria intimidado pelos militantes do EI e manifestou a sua «repulsa» pela «barbárie» de mais uma execução levada a cabo pelos rebeldes, a quem chamou de «assassinos».
A segunda nacionalidade do jornalista americano não foi revelada durante o seu cativeiro e as autoridades conseguiram apagar qualquer referência na Internet sobre a sua permanência em Israel, onde, segundo a imprensa israelita, Sotloff tinha estudado.
Filho de Arthur e Shirley Sotloff, Steven Sotloff cresceu em Miami e, de acordo com o «Jerusalem Post», já tinha trabalhado na escola Temple Beth Am, na Flórida. O jornalista teve também trabalhos publicados na «Media Line and the Jerusalem Report», sendo o seu último trabalho de pouco antes do seu sequestro.
«Recusámo-nos a reconhecer qualquer relação com ele caso fosse perigoso para ele», afirmou Avi Hoffman, editor do «Media Line and the Jerusalem Report».
Fingiu estar doente para jejuar
Para esconder a sua segunda nacionalidade, Sotloff teve de fingir estar doente para jejuar por Yom Kippur, como revelou um ex-refém em entrevista ao jornal Yedioth Ahronoth.
«Disse que estava doente e que não queria comer, apesar de terem sido servidos ovos naquele dia», afirmou o amigo, acrescentando que «ele costumava rezar secretamente na direção de Jerusalém. Via em que direção eles (raptores muçulmanos) estavam a rezar e ajustava o seu ângulo».
Desiludido com Israel
De acordo com um relatório - no Times of Israel - Sotloff, mudou-se para Israel em 2008, mas mais tarde mostrou-se desiludido com o seu novo país.
«Como a maioria de nós, ele veio para cá e tornou-se muito crítico com o governo revelou Hillary Lynne Glaser, um ex-colega de Sotloff, acrescentando que não tinha a certeza se era «por causa do conflito israelo-árabe, mas mais pela forma como os povos eram tratados».