Anticorpos da infeção com covid-19 duram pelo menos nove meses - TVI

Anticorpos da infeção com covid-19 duram pelo menos nove meses

Covid-19: os dias de uma enfermeira em Itália

Estudo realizado na cidade de Vo, em Itália, durante nove meses mostra que anticorpos ficam no organismo independentemente de a doença ter sido ou não sintomática

Quase todas as pessoas que recuperaram da covid-19 têm níveis detetáveis de anticorpos nove meses após a infeção, de acordo com um novo estudo realizado em Itália.

Ao longo de nove meses, investigadores da Universidade de Pádua, em Itália, e do Imperial College de Londres, no Reino Unido, foram testando periodicamente mais de 85% dos três mil residentes da cidade italiana de Vo para detetarem no seu organismo anticorpos de covid-19. Vo foi o local da primeira vaga mortal na Itália e uma das primeiras cidades do país a ser colocada sob bloqueio durante o surto inicial de covid-19. 

Os cientistas explicam agora, numa artigo publicado na Nature Communications, que concluíram que 98,8% das pessoas infetadas na primeira vaga - por volta de fevereiro ou março de 2020 - ainda apresentavam níveis detetáveis de anticorpos nove meses depois, quando testadas em novembro.

Não houve diferença entre as pessoas que tinham doenças sintomáticas e assintomáticas, concluiu o estudo. A autora principal, Ilaria Dorigatti, afirma que estes dados sugerem que “a força da resposta imunológica não depende dos sintomas e da gravidade da infecção”.

Para algumas pessoas, os níveis de anticorpos inclusivamente aumentaram entre os testes, o que pode ser indicativo de um estímulo do sistema imunológico com uma nova infecção. Isto também pode significar que pessoas com anticorpos - seja por infeção ou vacinação - são capazes de transmitir o vírus mesmo se estiverem protegidas contra a doença, alertaram os investigadores.

Saber por quanto tempo dura a imunidade à covid-19 é crucial para as autoridades de saúde pública que tentam controlar a pandemia. Embora os anticorpos indiquem uma resposta imunológica ainda não é possível saber quão robusta é essa imunidade. Algumas evidências sugerem que a imunidade contra a infeção pode ser duradoura, mas pode não ser suficientemente forte para proteger contra a doença e é normalmente mais fraca do que a fornecida pela vacinação.

Os investigadores também concluíram que um pequeno número de infeções foi responsável pela grande maioria das transmissões, sugerindo que “fatores comportamentais são fundamentais para o controlo da epidemia, e o distanciamento físico, assim como o limitar o número de contactos e o uso de máscara, continuam a ser importantes para reduzir o risco de transmissão da doença, mesmo em populações altamente vacinadas.” Sem isolar os casos e sem os confinamentos não teria sido possível controlar a epidemia, concluíram os cientistas.

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