Não é um problema só dos outros, no Oriente. Está aqui ao lado, está mesmo aqui e todos contribuímos para ele: mais uma baleia com oito metros de comprimento foi encontrada morta, com 22 quilogramas de plástico no estômago. Esta cachalote estava, inclusive, grávida.
É o segundo caso tornado público em duas semanas: o primeiro nas Filipinas, este em Itália, na Sardenha.
Sacos de lixo ... redes de pesca, linhas, tubos, o saco do detergente de uma máquina de lavar ainda identificável, com marca e código de barras ... e outros objetos não identificáveis" .
Exemplos daquilo que foi ingerido pelo animal, segundo o presidente da instituição SeaMe Sardenha, em declarações à CNN. Luca Bittau confirmou que a baleia "estava grávida, quase de certeza abortou antes de encalhar" e que "o feto estava em estado avançado de composição".
O responsável falou de viva voz, via Facebook, sobre este caso. O animal está numa praia no centro turístico de Porto Cervo, onde estão a ser realizados exames para determinar a causa da morte.
O ministro italiano do Ambiente, Sergio Costa, manifestou-se na mesma rede social, para alertar a população.
Ainda há pessoas que dizem que estes não são problemas importantes? Para mim, são e são prioridades. Usámos o 'conforto' dos objetos descartáveis de maneira despreocupada nos últimos anos e agora estamos a pagar as consequências. De facto, os animais, acima de tudo, são eles que pagam".
Os animais pagam com a própria vida. A natureza fica manchada pelo peso (in)consciente da mão humana. Estamos a perder o ecossistema a passos largos.
Na semana passada, o Parlamento Europeu deu luz verde a uma lei para proibir os plásticos descartáveis a partir de 2021. Necessário, urgente. Mas uma lei que só tem efeitos daqui a cerca de dois anos. Até lá, o semáforo está amarelo e, todos sabemos, em pouco tempo passa a vermelho.