Esteve sequestrada durante 18 meses e agora que voltou é alvo de ataques de ódio - TVI

Esteve sequestrada durante 18 meses e agora que voltou é alvo de ataques de ódio

Silvia Romano foi feita refém no Quénia. Regressou a Itália ao fim de ano e meio e está debaixo de fortes críticas por parte de elementos da extrema-direita

A jovem italiana Silvia Romano esteve sequestrada no Quénia durante 18 meses e foi libertada no final do mês de abril e chegou este domingo ao seu país natal. Mas o regresso a Itália está a ser tudo menos pacífico: Silvia está debaixo de uma onda de ataques de ódio, sobretudo de elementos de extrema-direita, porque a jovem anunciou a conversão ao Islão.

A jovem de 25 anos trabalhava como voluntária numa organização não-governamental, a Africa Milele. Foi sequestrada por um grupo de homens armados, há um ano e meio, no sudeste do Quénia.

Foi agora libertada, depois de vários meses de negociações intensas entre os sequestradores e os serviços de inteligência italianos, em parceria com os serviços de inteligência turcos e com a ajuda do Governo somali.

Chegou no domingo a Roma e a sua chegada foi transmitida em direto por vários canais de televisão.

As imagens da sua chegada, usando o hijab (véu islâmico) mereceu duras críticas de vários grupos de extrema-direita, que adiantaram que a sua conversão só se podia explicar pelo Síndrome de Estocolmo (quando um sequestrado cria empatia e simpatia pelo seu sequestrador).

Alguns Órgãos de Comunicação Social italianos acusam a inteligência turca de direcionar o pagamento do resgate pago por Itália para terroristas.

O diretor do jornal de direita Libero, Vittorio Feltri, publicou no Twitter que o Governo italiano financiou terroristas, ao pagar o resgate de Silvia. Num outro Tweet, Feltri disse estar “enojado” que o Governo italiano gastou dinheiro a trazer o Islão para Itália.

Alessandro Sallusti, outro director de outro jornal italiano, o Il Gionale, também fez um comentário polémico no Twitter:

Silvia voltou, mas parece um prisioneiro de um campo de concentração orgulhosamente vestido como um nazi. Não percebo, nunca perceberei.”

 

Silvia Romano, em entrevista ao site Open, assegurou que a sua conversão ao Islão foi “espontânea” e não foi alvo de qualquer coersão.

Converti-me ao Islão. Mas foi uma escolha minha, livre. Não houve qualquer compulsão por parte dos sequestradores que sempre me trataram com humanismo. (…) Aconteceu a meio do meu cativeiro, quando me foi pedido que lesse o Corão e isso me deu satisfação.”

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