Nova Zelândia recebe militante do Estado Islâmico e dois filhos após recusa da Austrália - TVI

Nova Zelândia recebe militante do Estado Islâmico e dois filhos após recusa da Austrália

  • Agência Lusa
  • CM
  • 26 jul 2021, 10:17
Jacinda Ardern

Mulher, que chegou a ter nacionalidade dos dois países, foi detida quando tentava atravessar ilegalmente a fronteira da Síria para a Turquia. Jacinda Ardern explica que não podia retirar a cidadania a ninguém se essa decisão criasse um apátrida

A Nova Zelândia aceitou o repatriamento de uma alegada militante do Estado Islâmico e dos dois filhos pequenos, detidos na Turquia desde fevereiro.

A decisão surgiu depois de uma disputa entre a Nova Zelândia e a Austrália sobre qual país devia assumir a responsabilidade pela mulher, que chegou a ter nacionalidade dos dois países, até Camberra ter retirado a cidadania ao abrigo das leis antiterrorismo.

A mulher e os filhos foram detidos quando tentaram atravessar ilegalmente a fronteira da Síria para a Turquia, de acordo com o Ministério da Defesa turco.

Ancara identificou a alegada militante apenas pelas iniciais, S.A., enquanto meios de comunicação social neozelandeses noticiaram tratar-se de Suhayra Aden, que tinha 26 anos na altura da detenção.

A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, disse que, tendo em conta as responsabilidades internacionais do país, não podia retirar a cidadania a ninguém se essa decisão criasse um apátrida.

Fiz fortes diligências junto da Austrália para que permitisse o regresso daquela cidadã. A família mudou-se para a Austrália quando ela tinha 6 anos e ela cresceu lá antes de partir para a Síria em 2014 com um passaporte australiano. Infelizmente, a Austrália não inverteu o cancelamento da cidadania", explicou.

Ardern afirmou, ainda, que a segurança e o bem-estar dos neozelandeses eram a principal preocupação do governo, estando já definido um plano alargado com a polícia e outras agências.

Posso assegurar que estão a ser tomadas grandes precauções quanto à forma como a mulher e os filhos pequenos são devolvidos à Nova Zelândia e como serão geridos de uma forma que minimize qualquer risco para os neozelandeses", garantiu a primeira-ministra.

Não ficou claro se a mulher irá enfrentar quaisquer acusações na Nova Zelândia.

Ardern salientou que qualquer pessoa suspeita de estar associada a um grupo terrorista deve esperar ser investigada ao abrigo das leis neozelandesas, embora isso seja da competência da polícia, que, até ao momento, não comentou o caso.

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